O presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicou em seu programa Café com o Presidente que os investimentos externos que o governo brasileiro tem feito visam ao desenvolvimento da economia do país. "Tem muita gente que acha que nós estamos gastando o dinheiro do Brasil em outros países", comentou Lula.
Segundo o presidente, investimentos como a construção da Rodovia Interoceânica em parceria com o governo do Peru vão incentivar as exportações brasileiras. "O que nós estamos fazendo é financiando os produtos brasileiros que vão entrar nessa obra, financiando a nossa engenharia, as nossas empresas".
Na edição desta semana do programa, Lula falou sobre a construção da Rodovia Interoceânica, lançada na quinta-feira (8). Com 2.600 quilômetros, a rodovia vai ligar o Brasil ao Oceano Pacífico através de portos peruanos.
O governo brasileiro vai financiar a obra através do Programa de Financiamento a Exportação (Proex). "O Proex é um programa de financiamento das exportações brasileiras. Nós financiamos exportação dos nossos aviões da Embraer, financiamos outros produtos que o Brasil exporta e financiamos obras como essa Interoceânica", afirmou Lula.
De acordo com o presidente, o Peru também financiará parte das obras. "O Peru financia a parte dele. A parte que o Brasil financiar (para o governo peruano) o Peru vai pagar como qualquer empréstimo feito em qualquer lugar do mundo, vai pagar juros de mercado", esclareceu.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o custo estimado é de US$ 700 milhões, sendo que US$ 420 milhões serão financiados pelo Programa de Financiamento a Exportação (Proex), do governo brasileiro. O restante dos recursos virá da Corporação Andina de Fomento (CAF) e do governo peruano.
Lula defendeu que o crescimento econômico do Brasil não deve ocorrer de forma isolada dos demais países da América do Sul. "Não é possível imaginar o Brasil muito rico e toda a América do Sul muito pobre. É necessário imaginar o Brasil rico e os outros países também ricos", disse. "O Brasil quer ter uma parceria profunda com os países da América do Sul como única chance de se desenvolver o continente de forma homogênea", concluiu.