Lula diz que assumirá alianças em eventual segundo mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou hoje que pretende assumir a construção de alianças, caso seja eleito para um segundo mandato. Em entrevista concedida à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, Lula disse que, num possível novo governo, irá assumir "mais diretamente a construção das alianças que o governo tem que fazer", ao responder a uma pergunta sobre a formação da base aliada no Congresso e eventuais dificuldades com a redução destas bancadas. "Não só em função da base de sustentação do governo, mas em função dos projetos futuros que temos que construir", acrescentou Lula.

Lula disse que pretende conversar com todos os partidos políticos e com os governadores. Ele ponderou que as alianças não precisam ser feitas com base na participação em cargos, mas podem se dar a partir de estratégias e projetos. Ele se queixou do fato de o Congresso ainda não ter votado o Fundo da Educação Básica (Fundeb), que foi enviado há 18 meses, segundo contou, dizendo-se "frustrado" com a demora.

Ele discordou da avaliação do Congresso de que o excesso de Medidas Provisórias prejudicaria a tramitação de projetos. "Muitas vezes a oposição trabalha dizendo o seguinte: nós não vamos votar, porque se votar vai ajudar o presidente", declarou. "Não vai me ajudar, vai ajudar o Brasil", acrescentou Lula. "Quando quer me prejudicar, me xinga, agora não pode prejudicar o País por conta de uma eleição", concluiu.

Na avaliação do presidente, o Executivo não pode governar sem a ferramenta das Medidas Provisórias. "Ela (MP) será quanto mais necessária quanto menos o Congresso votar", relacionou Lula. "Se o Congresso votar projetos de lei com rapidez, você não precisa fazer medida provisória, faz projeto de lei com urgência urgentíssima", contrapôs o presidente.

O presidente afirmou ainda que "no futuro mandato, se o eleitor brasileiro quiser, o nome do mandato será desenvolvimento, distribuição de renda e educação de qualidade". Lula disse que essa é sua "agenda estratégica" e aproveitou para citar projetos na área de educação iniciados por seu governo no Rio Grande do Sul, como a Universidade do Pampa.

Lula lembrou que hoje é aniversário da morte do ex-presidente Getúlio Vargas. Ele citou "um presidente da República" que sugeriu "esquecer a era Vargas". O presidente disse que faz questão de lembrar dessa época, elogiando a "coragem" do ex-presidente em implantar projetos estruturais.

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