O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um forte apelo na noite de ontem para que o debate sobre a eleição presidencial de 2006 não seja antecipado. Ao discursar na festa da Fiesp, insistiu várias vezes que o Brasil tem “uma oportunidade histórica” para crescer e se tornar a grande potência do século XXI.
“Queria fazer um desafio a todos: que a gente não permita que a mesquinhez tome conta de qualquer um de nós e coloque as eleições de 2006 acima dos interesses que esse País tem, e da sociedade brasileira que precisa uma vez na vida ter a oportunidade de crescer de forma definitiva”, pediu o presidente da República, ao encerrar o discurso, sendo longamente aplaudido pelos mais de 3 mil convidados.
Aplausos mais longos e mais entusiasmados, com assovios, urros e vivas, o único a ganhar foi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – um dos nomes mais citados para disputar a sucessão de Lula. Ele foi aclamado. Ao encerrar seu discurso, mostrou-se conciliador, ao citar Lula e os outros cinco governadores. “Nenhum de nossos Estados pode ir bem se o nosso País não for”, admitiu, para em seguida lembrar que apoiou a aprovação da Reforma da Previdência e que apoiaria a proposta de unificação da legislação do ICMS, proposta pelo governo que está na pauta do Congresso.
Na preferência dos convidados, apenas o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ganhou tanta atenção. Quando seu nome foi anunciado por Skaf dentre os parlamentares presentes, houve uma explosão espontânea e demorada de aplausos. Acanhado, Suplicy acenou para os convidados que o aplaudiram longamente. Quem acompanhou tudo foi a prefeita Marta Suplicy e seu marido Luis Favre. Nos últimos dias, setores do PT tentaram atribuir a ele a culpa pela derrota de Marta na disputa contra José Serra.
No discurso, Lula desafiou os empresários e políticos presentes a sentarem-se juntos para definir os principais objetivos do Brasil para 2005, independentemente do setor escolhido. O importante, de acordo com Lula, é tirar proveito do “momento auspicioso ” que o País vive, além do “bom momento internacional”. Disse que, dentro do governo, “já há gente” prevendo um crescimento da economia superior a 5% neste ano, quando, antes, os mais céticos – mesmo dentro do governo – não acreditavam numa expansão de 3 %.
Ao falar das vitórias de seu governo e dos projetos em andamento, Lula citou seus críticos, dizendo que “o que não falta é gente torcendo para dar urucubaca”. Mas mostrou-se confiante e listou uma longa relação de projetos em andamento ou propostas futuras.

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