Lula diz que ação de quadrilhas na gestão pública é histórica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, em entrevista à rádio Tupi, que a ação de quadrilhas na administração pública é um problema histórico. "Já desmantelamos 188 casos, dos quais 158 vinham de 85, 90, 95", afirmou. Lula disse achar que é possível desbaratar todas as quadrilhas que estão montadas. "Para isso nós precisamos da colaboração de pessoas que denunciem", declarou. "Eu sonho que estamos caminhando para consagrar no Brasil o que aconteceu na Itália há alguns anos com a Operação Mãos Limpas", disse.

Lula pareceu confundir carga tributária com alíquotas de impostos. Ele afirmou que houve redução de alíquotas na construção civil e produtos de consumo popular e que a carga tributária não aumentou. Admitiu, no entanto, que a arrecadação (cujo total, com a de estados e municípios, dá a carga tributária em relação ao PIB) está aumentando, "porque as empresas estão ganhando mais" e porque "a Receita está mais eficiente".

Lula disse que as pessoas não podem ser vítimas das divergências políticas e criticou a falta participação das prefeituras do Rio de Janeiro e de São Paulo, administradas pelo partido adversário PFL, que apóia o candidato à presidente Geraldo Alckmin (PSDB), para cadastrar jovens de 17 a 24 anos para um programa federal com bolsas de estudo de R$ 100. O Estado do Rio poderia ter recebido mais benefícios do Bolsa Família, segundo Lula, mas faltou disposição das prefeituras locais

Para ele, as críticas ao Bolsa Família "são muitas vezes injustas e precipitadas". Referia-se a crítica de que programas de assistência social tendem a se perpetuar e desestimular as pessoas a sair da situação de pobreza. Para Lula, "obviamente que as pessoas tem interesse em sair desse programa" e a porta de saída é o desenvolvimento e o emprego.

Ele contou, no entanto, que beneficiárias do Bolsa Família em Osasco fizeram uma cooperativa de roupas e queriam devolver o cartão do programa, mas que ele não quis receber agora, para não o gesto não ser visto como eleitoreiro, mas só depois da eleição. Ele enfatizou que o programa está vinculado à saúde e à educação.

Lula mencionou também que os gastos sociais em seu governo aumentaram de R$ 7 bilhões para R$ 22 bilhões. "E isso que as pessoas dizem que é gasto social, não é gasto coisa nenhuma, é investimento".

O presidente disse ainda que o sistema de segurança para os Jogos Pan-americanos no Rio no ano que vem "vai permitir que a gente possa consolidar um novo modelo de segurança no Brasil". No entanto, ele não detalhou esse tema. O investimento no Pan é de R$ 1,3 bilhão, sendo que R$ 385 milhões para o sistema de segurança que, destacou Lula, permanecerá na cidade depois dos jogos.

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