O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (28) que a violência no País é um problema sem solução imediata. "O mal já está feito", afirmou. Lula disse que o problema não é "apenas do governo. É um problema da sociedade brasileira como um todo e envolve 190 milhões de habitantes". Na opinião do presidente, "segurança é hoje uma questão que não tem culpado, não tem dono, não tem inocente", disse. "Todos nós, governantes e não governantes, temos nossa parcela de culpa porque durante muitos anos, muitas décadas, não se tratou o assunto com o carinho que devia ser tratado".

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As declarações foram dadas em discurso durante a inauguração de fábrica de resina PET no complexo industrial de Suape, no município metropolitano de Ipojuca, em Pernambuco. Lula abordou o tema da violência – que voltou a ganhar as manchetes dos jornais com a divulgação, ontem, do estudo da Organização dos Estados Ibero Americanos – nos dois discursos feitos no Estado e em rápida entrevista coletiva à imprensa.

O presidente voltou a rejeitar a proposta de redução da maioridade penal e disse não acreditar que a questão da segurança pública será resolvida somente com a construção de mais cadeias ou com mais polícia nas ruas porque, na sua avaliação, "a questão da violência é uma questão de sobrevivência". Por isso, sustentou ele, sem investimento em educação e em criação de emprego "a violência só tende a crescer e não diminui".

"Agora, o que precisamos é acabar com essa situação, que não é motivo de orgulho para nenhum de nós", destacou. Na entrevista, ele disse que o governo está preparando "mudanças substanciais" na educação brasileira. "Porque queremos qualificar o ensino fundamental, profissional e criar mais oportunidades de emprego" explicou, sem revelar o teor das medidas. "Estamos preocupados em incentivar a formação profissional", acrescentou.

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