Em comício realizado na noite de ontem em Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar sendo ‘esquartejado’ em praça pública pelos adversários do PSDB e PFL e insinuou ser um mártir, porque, nas suas palavras, os rivais querem lhe arrancar até o coração.
Lula reiterou que, apesar das ‘calúnias’ e ‘infâmias’ contra ele e o PT, vencerá a eleição no próximo domingo para ‘felicidade’ da população.
Aos gritos, Lula afirmou ainda que ‘não cai’ porque é ‘uma parte do povo’. E, comparando-se mais uma vez a Tiradentes, acrescentou: "Não basta matar, não basta esquartejar, não basta salgar a carne e pendurar em um poste, porque a carne você mata e ela apodrece, mas as idéias estão perambulando pelas brisas deste País, querendo liberdade, querendo direito, e isso nós temos de sobra para dar".
Com um crucifixo que ganhou de uma eleitora – um dia depois de ter sido chamado de demônio pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e dois dias depois de ter se comparado a Cristo -, ele disse que os ataques não o atingem. "Ele não cai porque o Lula não é o Lula. O Lula é uma parte do povo deste país que adquiriu confiança política", esbravejou, referindo-se a ele mesmo na terceira pessoa. "Eu não caio porque eu não sou sozinho.
A uma platéia de cerca de 3 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, Lula disse, na Praça da Estação, que seu favoritismo nas pesquisas está deixando os adversários totalmente atônitos. Afirmou, ainda, que, apesar do bombardeio, sempre reage. "A hora que eles tirarem as minhas pernas, eu vou andar pelas pernas de vocês. A hora que eles tirarem meus braços, eu vou gesticular pelos braços de vocês. A hora que eles tirarem o meu coração, eu vou amar pelo coração de vocês. E a hora que eles tirarem a minha cabeça, eu vou pensar pela cabeça de vocês", bradou.
O presidente desafiou seus rivais a assumirem que terão coragem de acabar com programas criados por ele, como o Bolsa-Família. Num palanque ao lado de seu antigo desafeto Newton Cardoso, candidato ao Senado pelo PMDB e hoje seu aliado, Lula afirmou que o Bolsa-Família é assistencialista apenas "para quem está com a barriga cheia". "Para quem está com fome, é a salvação.