O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou hoje (27) da abertura da reunião de alto nível da 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8). Em discurso, ele afirmou que a preservação da biodiversidade do planeta depende de grande vontade política dos países, em especial dos desenvolvidos.

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"Requer também cumprimento da promessa dos países desenvolvidos com a cooperação internacional", defendeu Lula, na capital paranaense. Para Lula, a democracia é o caminho para a divisão justa entre as nações dos avanços na defesa da biodiversidade do planeta.

"As finanças, a tecnologia e o comércio mundial podem levar a globalização ao mais longe possível, mas caberá a democracia, com participação social cada vez mais intensa, evitar a contínua colisão entre as nossas carências e os nossos excessos".

O presidente citou as iniciativas do Brasil para a preservação da natureza, como a aprovação da lei de gestão de florestas, o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a redução do desmatamento da Amazônia e a produção de biodiesel. Apesar disso, Lula reconheceu que há muito a fazer na área ambiental e pediu que os ambientalistas não desistam de reivindicar.

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"Muitas vezes assinamos muitos protocolos em muitos lugares do mundo. Esses protocolos não deixam de ser meros protocolos, porque os proponentes desses protocolos estão subordinados a uma pressão maior do que os ambientalistas podem fazer, que é a pressão do desenvolvimento e do poder econômico local e internacional".

A 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica reúne desde a semana passada 3,6 mil delegados de 173 países na capital paranaense. A convenção foi estabelecida em 1992 e conta com 187 países signatários, além de um bloco regional (a Comunidade Européia).

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Ela funciona como uma aliança entre países para que eles trabalhem cooperativamente pela conservação do meio ambiente, uso sustentável dos recursos naturais e repartição de benefícios. Como regra geral, suas decisões são apenas recomendações ? as nações não têm obrigação de segui-las.