O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou nesta terça-feira (10), em discurso na abertura da 10ª reunião dos prefeitos, em Brasília, que o governo apóia a proposta de aumentar em 1 ponto porcentual a alíquota dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O anúncio foi aplaudido pelos prefeitos. "Ontem o governo tomou uma decisão. A reforma tributária prevista (para ser votada) no Congresso não é mais a que nos interessa. Portanto (disse Lula, dirigindo-se aos presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia e do Senado, Renan Calheiros), ontem foi dado ordem à base do governo para que votem separadamente o 1% para os municípios resolverem seus problemas.
No discurso, Lula aproveitou para atacar o governo Fernando Henrique Cardoso. "Quem foi prefeito no outro governo sabe que era tratado na base do chicote, porque prefeito e pobre só eram ouvidos em época de eleição". Lula disse ainda que as políticas do governo federal nas cidades e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não resolvem todos os problemas dos municípios mas evitam que os prefeitos fiquem subordinados a "caciques regionais". "Por mais que a gente der (recursos) ainda assim não será suficiente", admitiu.
Antes de Lula discursar, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkozsk, fez vários pedidos de recursos ao governo federal e alertou que existe a ameaça de um "apagão" na saúde caso os municípios não sejam atendidos. O discurso do presidente da confederação foi aplaudido de pé pelos prefeitos.
Antes da chegada do Presidente ao auditório, o ministro da Defesa, Waldir Pires, quando teve seu nome anunciado entre as autoridades, foi vaiado pelos presentesl.