Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confessou hoje à presidente interina do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie Northfleet, que há uma pressão para que ele indique uma mulher à Corte.
Gracie esteve com Lula no Palácio do Planalto para entregar o convite da posse como presidente do STF. O evento está marcado para o dia 27.
Na quinta-feira (30), surgiu uma vaga no Supremo Tribunal com a aposentadoria do então presidente, ministro Nelson Jobim, que deve tentar um retorno à vida política. Ainda não há um nome favorito para ocupar a cadeira deixada por Jobim. Mas, de fato, há tempo existe uma campanha para que o presidente da República escolha uma mulher. Em toda a história do Supremo, houve apenas uma integrante do sexo feminino: Gracie.
Desde que assumiu o governo, em janeiro de 2003, Lula indicou até agora cinco ministros, todos homens, para o tribunal O órgão é integrado por 11 membros. Com a nomeação do sucessor de Jobim, o presidente terá sido o responsável pela indicação da maioria dos atuais ministros da instituição. Esse dado é considerado estratégico, uma vez que cabe ao STF julgar a constitucionalidade de leis e até de emendas constitucionais e ações criminais eventualmente movidas contra autoridades como o presidente, ministros e congressistas.
Até agora, Lula indicou para o Supremo Tribunal os ministros Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso. Sempre que surge uma vaga no Supremo, o presidente é pressionado para nomear uma mulher. Nas últimas indicações, os nomes mais cotados foram os da procuradora da prefeitura de Belo Horizonte Misabel Derzi e da jurista Carmen Lúcia Antunes Rocha.