Em tom de desabafo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje um dos discursos mais inflamados desde a sua posse para se defender das críticas ao seu governo e reafirmar o compromisso de mudar os rumos da política econômica do país.
Diante de uma platéia de sindicalistas ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que ele ajudou a fundar na década de 80, Lula se emocionou ao se defender dos protestos e até algumas vaias de servidores contra a proposta de reforma da Previdência e a condução da política econômica do governo.
“O que não pode é alguém julgar uma criança que ainda está no ventre da mãe. Porque nós temos apenas cinco meses de governo (…) Portanto, não vamos bater os braços nem gritar desesperados porque se pode morrer afogado desnecessariamente”, disse, em discurso no 8º Congresso Nacional da CUT, em São Paulo.
Em outra metáfora, o presidente comparou seu tempo de gestão com um trabalhador que após um dia de serviço perde o ônibus de volta ou pára para “beber uma cervejinha” e é cobrado pelas poucas horas de atraso.
Sobre as vaias, Lula disse não se preocupar com elas e aproveitou para criticar a postura dos setores contrários às suas ações. “Vocês sabem que eu não me preocupo com vaias, porque para mim elas são tão importantes quanto os aplausos. Tem gente que me vaiava porque eu queria criar o PT, tem gente que me vaiava porque eu queria criar a CUT. Eu queria dizer para vocês, em vez de alguns companheiros tão preciosos fazerem faixa contra, seria muito melhor dizer o que querem.”
As críticas de Lula também se estenderam à imprensa que, segundo ele, não divulga os projetos do governo.

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