Roma (AE) – Longe da crise que atinge seu governo e na véspera de deputados petistas decidirem se renunciarão ou não aos mandatos para evitarem ser cassados por causa das denúncias de envolvimento com o mensalão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dedicou a manhã de domingo (16) a passear em Roma. No quinto dia da sua viagem de uma semana à Europa, Lula e seus assessores fizeram questão de driblar a imprensa. O presidente, dona Marisa e seus staffs deixaram a luxuosa embaixada do Brasil em Roma, localizada na famosa Piazza Navona, pela porta dos fundos, em vans com vidros completamente escurecidos, e promoveram movimentações dos carros da segurança nas estreitas ruas que impediram que ele fosse acompanhado.
Mesmo depois do passeio, as informações sobre os locais percorridos pelo presidente e dona Marisa foram desencontradas. Enquanto o governador petista do Piauí, Wellington Dias, informava que Lula esteve na Basílica São Paulo, que fica mais afastada, o porta-voz, André Singer, dizia que ele foi à Basílica de São Pedro. Segundo Singer, Lula visitou ainda o Panteão, o Castelo de Santo Ângelo e teria passado pelo Coliseu. Já o governador, que visitou o Panteão, por onde também passaram os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Reforma Agrária, Miguel Rossetto, disse que Lula esteve ainda na Colina do Gianicolo, de onde é possível ver boa parte da cidade.
Ao final do passeio, o presidente deu uma parada no Café Sant’Eustachio, que vende todo o tipo de café e que na porta possui uma saca de café brasileiro. "Hoje sou um peregrino", brincou o presidente com Wellington Dias, ante ao comentário de que estava andando livremente pela cidade, sem o assédio da imprensa.
O passeio por Roma durou cerca de duas horas. Lula almoçou na embaixada com assessores e, apesar de alguns turistas brasileiros esperarem vê-lo na sacada do imenso Palácio Pamphilj do século 17, com a sua fachada monumental e afrescos em vários de seus ambientes, o presidente e dona Marisa preferiram apreciar o movimento apenas da janela dos fundos, para onde fica virada a suíte que ocuparam na embaixada brasileira. No final da tarde, Lula se reuniu com a esquerda italiana e com presidentes das principais centrais sindicais do país.