Depois de mais de uma hora de reunião com a cúpula do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou para hoje o anúncio do novo ministro da Agricultura. O comando do PMDB levou uma lista com sete nomes de deputados para ocupar o cargo. Ontem à noite, o mais cotado para a vaga era o ex-ministro da Previdência Reinhold Stephanes (PMDB-PR), seguido por Tadeu Filippelli (PMDB-DF).

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?Trouxemos a lista com os nomes e é o presidente quem vai decidir. É muito provável que o presidente tenha deixado essa escolha para amanhã (hoje) para fazer todas as averiguações?, afirmou o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), ao deixar o Planalto.

?Acrescentamos nomes novos à lista e o presidente quer fazer novas consultas?, observou o líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

Além de Stephanes e Filippelli, integram a lista os deputados Waldemir Moka (MS), Eunício Oliveira (CE) e Fernando Diniz (MG). Ontem foram incluídos na relação Valdir Colatto (SC) e Moacir Micheletto (PR). A candidatura de Stephanes ao ministério cresceu nas últimas horas. Além de ter sido ministro da Previdência nos governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, também foi secretário-geral do Ministério da Agricultura. Já teve a vida devassada e nada se apurou contra ele.

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A desistência do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR), alvejado por denúncias de falsidade ideológica, para ocupar o Ministério da Agricultura abriu uma disputa na bancada da Câmara pela vaga. ?A relação com Lula está tão boa, tão correta, tão transparente que não vamos impor nomes. O partido não vai constranger o presidente?, disse Alves, antes de se reunir com o presidente.

Stephanes procurou, no início da tarde de ontem, o líder do partido para avisar que estava no páreo. ?Tive uma atuação muito forte no Ministério da Agricultura por um período de dez anos. Todo mundo só lembra de mim na Previdência, mas antes eu atuava na Agricultura. Tenho larga experiência nessa área?, disse Stephanes, depois de se reunir com Henrique Alves. Lembrou ainda que, como deputado, presidiu a Comissão de Agricultura da Câmara.

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No sábado, assim que Balbinotti desistiu de ocupar o ministério, Temer perguntou a Stephanes se poderia inclui-lo na lista de candidatos ao cargo. ?Eu disse que sim e lembrei da minha atuação na área?, afirmou Stephanes.

Adversário ferrenho do ex-governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT, Moka previa ontem um veto a seu nome devido às pendengas com o petista. ?Se o presidente Lula achar que isso é um empecilho, vou entender?, afirmou Moka, que apoiou a candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência, em 2006, e há até pouco tempo era da ala oposicionista do PMDB ao governo Lula.

Além disso, Moka apareceu em uma das planilhas da família Vedoin que chefiava o esquema da máfia das ambulâncias. O envolvimento não foi comprovado, mas o PMDB teme que o fato seja explorado e o partido passe por um novo desgaste.