O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje a política econômica do governo, criticada pelo próprio PT, e também defendeu as políticas de metas de inflação e juros, além de criticar o Plano Real, do governo FHC (1995-2002). ?Fazer política de controle de preços como já foi feito no Brasil não dá certo. Nós podemos dizer que hoje estamos mais próximos de cumprir a meta de inflação de 5,5% que em qualquer outro momento.? Na semana passada, o PT divulgou documento em que defendia ?mudanças na política econômica?.
A declaração foi entendida como um sinal de que o governo estaria sendo pressionado a mudar suas políticas de juros altos, a meta de inflação de 5,5% ou então a meta de superávit primário de 4,25% do PIB.
Ele completou com uma metáfora: ?É que nem uma criança na escola que sabe que a nota mínima é cinco e não estuda para tirar mais de cinco nunca. Chega no final do ano e fica de recuperação. Nós não queremos ficar de recuperação. Nós queremos combater a inflação porque ela gera prejuízo aos salários.?
Sem citar FHC, Lula também criticou a situação financeira deixada pelo antecessor devido à política de juros altos e citou mais especificamente a dívida de R$ 12,4 bilhões deixada por FHC com os aposentados. O governo Lula deverá pagar uma correção de até 39,67% a 1,8 milhão de pessoas que se aposentaram entre 1994 e 1997.
?O sucesso do Plano Real faz agora com que eu tenha que pagar uma conta de R$ 12,4 bilhões que não estão no orçamento. É como se chegasse no final do mês em uma fábrica e aparecesse mil funcionários que eu nem sabia que estavam contratados.?