O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou hoje, em Paris, a necessidade de ajuda financeira dos países mais ricos para consolidar uma política de recuperação no Haiti. Segundo Lula, se as nações mais desenvolvidas não ajudarem o povo haitiano, "não haverá democracia que suporte viver com a miséria absoluta que está existindo naquele país".
Lula reconheceu que a questão do Haiti é de interesse do governo francês e sugeriu que "a França pode, como consciência política da Europa, ajudar para que mais países trabalhem para ajudar aqueles que não tiveram a mesma sorte e que ainda estão vivendo situações de atraso". Lula pediu maior solidariedade e generosidade de toda a nação.
Antes de embarcar para o Brasil, em entrevista à imprensa, Lula falou também sobre a necessidade de uma relação comercial "mais equânime e mais justa" entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento "para permitir que todos sobrevivam". Lula garantiu que os brasileiros vão continuar reivindicando a questão dos subsídios agrícolas na Organização Mundial do Comércio (OMC) para que a Europa e os Estados Unidos "possam fazer concessões para que os países mais pobres tenham o poder de ganhar alguma coisa".
O presidente lembrou a dívida social que grande parte da humanidade tem com os países africanos e afirmou que, se os subsídios agrícolas fossem reduzidos, eles seriam os grandes beneficiados. "Eu penso que um jeito de pagarmos a dívida que uma grande parte da humanidade tem com os países africanos é criar as condições de eles poderem crescer economicamente, em função daquilo que podem produzir em agricultura", disse.
Lula, que chegou na última quarta-feira (13) à França, já iniciou a viagem de volta ao Brasil.