Lula defende flexibilidade para resolver diferenças no Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje, ao discursar na 26ª Reunião de Cúpula do Mercosul, flexibilidade para acabar com as diferenças entre os países-membros do bloco econômico. “Foi e continuará sendo necessária flexibilidade para atender às necessidades originárias das diferenças entre os estados-parte”, afirmou.

De acordo com o presidente, para fortalecer a união aduaneira e construir o mercado comum, previsto no Tratado de Assunção – que criou o Mercosul – é fundamental aprofundar e expandir o bloco para áreas como serviços e compras governamentais. Para Lula, o desenvolvimento do Mercosul não pode ser apenas nacional, precisa ter dimensão regional.

“A prosperidade do Brasil tem de ser a prosperidade de nossos parceiros na região. A economia brasileira entrou em fase de sólido crescimento. Estão criadas condições para ampliar o intercâmbio e a cooperação com nossos vizinhos”, afirmou.

Depois de elogiar a gestão argentina – nos últimos seis meses, coube àquele país a presidência temporária do Mercosul – ele lembrou que, depois de 10 anos de negociações, o bloco caminha para uma integração com os países andinos. “O que parecia impossível está acontecendo. O Mercosul não está indiferente à nossa América Latina”, disse.

Lula mostrou-se satisfeito com a participação do presidente do México, Vicente Fox, na reunião e disse que espera para breve a entrada daquele país como associado ao bloco. Já são associados o Chile, a Bolívia e o Peru. A entrada do México como país associado ainda depende de negociações. Lula destacou também a presença do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no encontro.

O presidente citou as negociações que o Mercosul desenvolve com a Índia, a África do Sul, o Egito, a China e o Japão e afirmou que o Brasil está assumindo o comando do Mercosul com o sentido de “responsabilidade e urgência”.

Para Lula, o Mercosul é mais do que um projeto para negociar tarifas e livre comércio entre os países-membros. Ele disse que o bloco precisa explorar novos e avançados campos do conhecimento. “Neste sentido, o Brasil está disposto a partilhar com os sócios do Mercosul os benefícios da energia nuclear e da exploração espacial de que dispõe”.

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