O presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse ontem que "o Brasil deve ter em mente que precisamos fazer um acordo justo com a Bolívia", numa referência à negociação do gás com o país andino. Em entrevista à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre (RS), Lula lembrou que o contrato prevê a possibilidade de ajustes todos os anos em maio. "Se a Bolívia der um passo além do que a lei, do que o contrato permite, o Brasil tem os fóruns internacionais para debater.
Lula disse que a Bolívia deve ser encarada "com uma certa normalidade", explicando que a história do petróleo e gás apresenta episódios em que os donos de importantes reservas brigaram por elas. Segundo ele, não se pode "ficar traumatizando" a situação apenas por se tratar da Bolívia.
"Se fossem os Estados Unidos, as pessoas falariam: tem que negociar porque os Estados Unidos são importantes. A Bolívia também é importante", acrescentou, reiterando que o país é pobre e o gás é sua única riqueza.
O presidente lembrou que o Conselho Nacional de Política Energética deliberou que o Brasil, até 2008, fará os investimentos necessários para não ser dependente de outros países na questão energética.