O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (22) a necessidade de o governo privilegiar os mais pobres, afirmando que somente governo pode fazer investimento em algumas áreas nas quais nenhum setor tem interesse, como, por exemplo, o projeto de revitalização rio São Francisco. A declaração foi feita durante a cerimônia de assinatura do decreto que cria a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), no Palácio do Planalto, com o objetivo de definir critérios e orientar as ações para buscar a redução das desigualdades regionais no País.
Depois de destacar que "há um desequilíbrio estrutural no desenvolvimento", o presidente afirmou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi pensado para vencer essas diferenças. "Quero dizer que acabou-se o tempo em que o governo anunciava uma coisa, e ela não acontecia, acabou-se este tempo", assegurou o presidente, lembrando que há uma grande diferença entre o presidente anunciar um projeto e ele acontecer.
Segundo Lula, os empecilhos são muitos: burocracia interna, não aprovação do projeto no Congresso, liminar na Justiça por alguém prejudicado, intervenção do Ibama ao encontrar alguma irregularidade, ou o Tribunal de Contas da União (TCU) descobrir algo equivocado. "O que não faltam, na verdade, são olhos para enxergar os problemas e, às vezes, evitar que um projeto seja executado", reclamou.
Em seu discurso, de improviso, o presidente afirmou que "a parte mais pobre do País tem de ser privilegiada" e explicou que, por isso, destinou "muito dinheiro para urbanização de favelas e saneamento básico, pensando nos grandes centros urbanos, onde está a maior concentração de problemas.
Fiscalização
Lula anunciou ainda que vai iniciar conversas com os governadores e pedir o apoio deles para garantir a execução das obras. "Na hora em formos começar a fazer as obras, vamos chamar governadores ou prefeitos das cidades e fazer um protocolo para que todos nós fiscalizemos para que as obras aconteçam. Se ela acontecerem, não importa quem ganhou. O que importa é que o povo brasileiro vai viver um pouco melhor. Ele é que ganhou", declarou.