Lula critica “cabeça colonizada que não gosta de independência”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às críticas quanto ao número de
viagens que tem feito desde que assumiu o cargo. "Tem um tipo de gente com a
cabeça colonizada, que parece que não gosta de independência, que acha que o
Brasil só pode estar subordinado à política dos Estados Unidos ou à política da
União Européia", afirmou. Segundo Lula, o país quer "ter a mais extraordinária
parceria com os Estados Unidos e com esse grupo fortíssimo que é a União
Européia", mas precisa ter uma forte relação com a China, Índia, Rússia, África
do Sul, México.

Para Lula, no mundo globalizado, um país com o potencial
produtivo do Brasil, tanto na indústria quanto na agricultura, não pode ficar
esperando que as pessoas o venham descobrir. "Isso Cabral já fez em 1500. O que
nós precisamos agora é descobrir países que tenham potencial de comprar mais e
vender mais para o Brasil", afirmou.

"O povo brasileiro já tem uma nítida
noção do resultado da nossa política internacional, da nossa política externa",
disse Lula. Ele destacou que, para o Brasil, o maior benefício das viagens é o
superávit da balança comercial. "Nós tínhamos vindo de sete anos consecutivos de
déficit na nossa balança comercial. A partir de 2002, começaram a crescer um
pouco as nossas vendas mais do que as nossas compras. Hoje temos uma exportação,
em 12 meses, praticamente de US$ 104 bilhões, temos um superávit praticamente de
US$ 37 bilhões, o que é o saldo maior da história do Brasil falando
percentualmente".

O presidente lembrou também que o comércio com os
países africanos aumentou 48%, com o Oriente Médio aumentou mais de 50% e com a
América do Sul, cresceu 58%. "A resposta melhor que eu tenho às críticas é o
resultado da nossa balança comercial, das nossas exportações, das nossas
reservas", afirmou.

Lula garantiu ainda que "vamos desenvolver o nosso
continente porque nós não nascemos pra ser pobre a vida inteira. O povo
brasileiro já tem consciência de que ficar sentado numa cadeira esperando que
alguém nos descubra já era. Ou nós somos ousados, corajosos, colocamos os nossos
produtos embaixo do braço e saímos pelo mundo vendendo ou nós perderemos essa
guerra num mundo globalizado".

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