O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manterá a visita oficial ao presidente George W. Bush, em Washington, no próximo dia 31 de março, apesar do inesperado anúncio da Casa Branca de que o líder americano desembarcará em Brasília para encontro bilateral 23 dias antes. A sucessão de encontros em tão curto período dará ao governo Lula a oportunidade de intensificar um relacionamento mantido em temperatura morna nos últimos quatro anos.
Para diplomatas que acompanham a relação bilateral, a confirmação da visita de Lula a Bush assinala a ansiedade do governo brasileiro em diferenciar-se da administração de Hugo Chávez na Venezuela. A visita ao americano estava programada desde o início do segundo semestre do ano passado para o primeiro quadrimestre deste ano. Em princípio, o presidente brasileiro pretendia reeditar o ‘encontro de governos’ que realizou em junho de 2003.
Naquela ocasião, Lula carregou consigo um terço de seu ministério para reuniões com seus homólogos americanos. Mas os que conseguiram aprofundar a cooperação, do lado brasileiro, foram Fazenda e Minas e Energia. Para o dia 31 de março, Lula pretende repetir esse mesmo formato e carregar boa parte do novo ministério.
Ao manter sua visita a Washington, Lula também dá sinal claro de que pretende destacar-se, tanto para a Casa Branca como para os candidatos à sucessão de Bush, como o interlocutor confiável para a solução dos dilemas sul-americanos.
Entretanto, correrá o risco de ver seu gesto interpretado como sua concordância em ingressar no time de nações anti-chavistas – o grupo que Bush pretende formar com os cinco países da América Latina que visitará e com Peru e Chile.