O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou ontem que Gilberto Gil continuará ministro da Cultura. Depois de dizer várias vezes que estava exausto, Gil saiu satisfeito da conversa com Lula, na manhã de ontem, no Planalto. Na prática, ele reforça a lista de auxiliares que estão fora da cota política a ser negociada com os partidos no governo de coalizão.
‘O companheiro Gilberto Gil é uma unanimidade nacional. Uma pessoa que construiu um ministério como o Gil construiu não tem por que sair. O Brasil e a cultura ganham com isso’, disse Lula.
Um dia depois da aprovação da Lei do Esporte, ele procurou animar o ministro, que busca mais recursos para a pasta. ‘Vamos trabalhar fortemente para que, num determinado momento, possamos chegar a 1% do PIB para a cultura, porque ela não só gera emprego como cidadania’, disse.
Além dele, Lula já deu sinais de que manterá Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Walfrido Mares Guia (Turismo), Celso Amorim (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Educação), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e Luiz Marinho (Trabalho) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Bem-humorado após tirar fotos com servidores do Planalto e receber cumprimentos na confraternização de Natal, Lula repetiu que não planeja fazer mudanças drásticas na equipe e tomará posse com o mesmo time. As trocas para acomodar aliados só serão feitas após a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, em fevereiro.
‘Vocês me perguntarem sobre reforma ministerial é como chegar para o técnico do Internacional de Porto Alegre na hora em que terminou o jogo com o Barcelona e perguntar: ‘Você vai substituir alguém?”, observou. ‘Ele acabou de ganhar o jogo. Eu acabei de ganhar as eleições. Não estou preocupado em mudar ministério agora.
Lula também disse que não haverá posse coletiva dos ministros. ‘Diferentemente de 2002, em que eu tinha de apresentar o ministério quando ia tomar posse, agora não, ninguém precisa tomar posse. Só eu. Só o meu mandato é renovado. O dos ministros não.
O presidente ainda não definiu quem substituirá o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que fica na pasta só até o fim de janeiro. Tem dúvidas sobre a conveniência de transferir para lá o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Prefere Sepúlveda Pertence, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mas ele resiste. Lula também estuda novo modelo para a articulação política do governo – que não vai bem – e mudanças na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).