Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou há pouco em São Petersburgo, na Rússia, onde vai participar da reunião da cúpula do Grupo dos Oito (G 8), que reúne os sete países mais ricos do mundo e a Rússia. Lula chegou no horário previsto, após uma rápida escala em Lisboa, Portugal. Depois de descansar da viagem, o presidente aproveitará parte do domingo para visitas ao Museu Hermitage, à Catedral de Santo Issac e à estátua de Pedro, o Grande.
No final da tarde, Lula se reunirá com líderes dos países em desenvolvimento (China, Índia, África do Sul, México e Congo) convidados para a reunião do G 8, que começa hoje (15). Depois, Lula terá encontro em separado com o presidente mexicano, Vicente Fox, que está prestes a deixar o governo de seu país.
O ponto alto da viagem acontecerá na segunda-feira (17), quando o presidente brasileiro participará da reunião do G 8. De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, Lula aproveitará a ocasião para tentar avanços na Rodada de Doha, negociação da Organização Mundial do Comércio (OMC) que trata da retirada de subsídios agrícolas pelos países desenvolvidos da Europa e Estados Unidos, especialmente.
Desde o fracasso da reunião de Genebra, Suíça, há duas semanas, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, vem negociando com a União Européia e EUA na tentativa de salvar o projeto de liberalização do comércio mundial. O presidente Lula será porta-voz das preocupações dos países emergentes, uma vez que as negociações se esgotaram do ponto de vista técnico e agora dependem mais de definições de governo, conforme revelou à Agência Brasil o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini.
Segundo ele, os Estados Unidos se recusam a reduzir os subsídios agrícolas, que hoje somam mais de US$ 20 bilhões por ano, e por isso a negociação da Rodada de Doha está emperrada. A União Européia, por sua vez, propôs a redução de até 50% das tarifas de importação, mas não revelou quais produtos entrarão na lista de exceção. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior (MDIC) o Brasil tem tarifa máxima de 35%, enquanto os países da Europa têm tarifas acima de 200% para alguns produtos, principalmente de origem agrícola.