O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o presidente do PT, Ricardo Berzoini, encaminharam no final de semana suas defesas sobre a investigação aberta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar o suposto envolvimento de cada um no esquema do dossiê Vedoin. Os três pedem o arquivamento do caso e dizem que não têm nada a ver com a história. "Não tem o representado nada, absolutamente nada com o ocorrido", sustentam os advogados de Lula.
Na defesa, três dos advogados do presidente alegam uma série de motivos para que a investigação seja suspensa – desde aspectos formais até factuais. A respeito dos formais, eles dizem que a notificação não foi acompanhada de documentos e que a coligação adversária ("Por um Brasil Decente", que apóia a candidatura do tucano Geraldo Alckmin) baseou-se apenas em notícias veiculadas pela imprensa e não em provas ou indícios.
A defesa de Lula também sustentou que a divulgação de um dossiê contrário a Serra, eleito governador de São Paulo, não teria repercussões na disputa presidencial e não traria benefícios para a campanha de Lula e que Lula não seria beneficiado pela divulgação do material. "Não seria interessante e nem necessário ao candidato representado utilizar-se de qualquer expediente relativo a atingir a honra de alguém", acrescentaram.
A defesa de Lula afirmou que se alguém se beneficiou com a divulgação da história foi o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. "Após a presente ação de investigação judicial, em que maliciosamente e temerariamente se aponta o representado como beneficiário do fato, o que ocorreu é que o candidato da coligação representante, que não estava com mais de 28% das intenções de voto quando veio à tona os fatos ora narrados e, após, aumentou de 28% para 33%", ressaltaram.
Márcio Thomaz Bastos e Ricardo Berzoini também encaminharam suas defesas ao TSE. Da mesma forma que Lula, eles disseram que não tem nenhuma relação com o dossiê. Berzoini afirmou que os fatos imputados a ele são "absolutamente inverídicos". "Não emanou dele nenhuma ordem ou comando e não teve ele participação, sequer indireta, com os fatos mal narrados pela peça acusatória" afirmou a defesa do presidente do PT.
Thomaz Bastos disse que não teve qualquer ingerência, direta ou indireta, sobre as investigações, ações, operações e inquéritos policiais conduzidos pela Polícia Federal para apurar o escândalo do dossiê. "Não houve a mais vaga influência sobre as atividades policiais, postura, aliás, que tem sido marca incontestável da atual gestão do ministro da Justiça.