O presidente da Comissão de Orçamento, deputado Paulo Bernardo (PT-PR), disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu "sinal verde" para a elaboração do projeto de lei definindo critérios permanentes de reajuste do salário mínimo. "Não podemos ficar todo ano nessa polêmica de qual vai ser o valor do salário mínimo. Isso envolve muitas vezes uma questão justa, mas dá margem para muita briga política e demagogia", afirmou Bernardo. O deputado participou de uma reunião com o presidente Lula e os ministros da Casa Civil, José Dirceu, da Fazenda, Antonio Palocci e o interino do Planejamento, Nelson Machado, para discutir questões relativas ao orçamento.
Atualmente a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prevê para 2005 a correção do mínimo de R$ 260 para R$ 283. Na LDO deste ano o critério da correção é a variação do Produto Interno Bruto. Para Paulo Bernardo é possível que esse critério seja mantido no projeto de lei.
O deputado disse ainda que o presidente Lula também é "simpático" à idéia de correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e de incluir no orçamento recursos para pagar os Estados exportadores que tiveram prejuízos com a Lei Kandir. "O presidente deu sinal verde para discutirmos todos esses assuntos com o Ministério da Fazenda e do Planejamento nos próximos dias, pois quer uma solução ainda este ano", afirmou Bernardo.
Dentro do Congresso, a oposição já começa a pressionar para conseguir aprovar o maior valor possível para o salário mínimo. O líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho (PT-SP), porém, já procurou rechaçar esse movimento. Ele disse que a oposição "não tem autoridade" para discutir salário mínimo com o governo do PT.
A melhoria do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física foram alguns dos pontos cobrados hoje pelo PMDB e o PFL como condição para que a os dois partidos continuem colaborando com o governo nas votações no Congresso. "A oposição deixou o pior salário mínimo que o País já teve na sua história. Foi a maior concentração de renda que o País já viveu. Os oposicionistas não têm autoridade para discutir isso com a gente", afirmou.
