A demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fazer a reforma ministerial está alimentando a disputa pelo comando da Polícia Federal, um dos cargos mais cobiçados e estratégicos do governo. Enquanto não se define quem vai substituir o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a quem a PF está subordinada, os candidatos à sucessão do diretor-geral , Paulo Lacerda, reforçam a artilharia contra os adversários e reabrem feridas nas facções que tradicionalmente disputam poder no órgão. Há dois pretendentes em luta aberta e pelo menos quatro por fora.
Lacerda, que queria uma transição civilizada, perdeu o pulso e virou alvo de torpedos da federação da categoria, a Fenapef, que entrou na briga para fazer o novo diretor. ?Temos candidato e queremos ser ouvidos?, diz uma nota distribuída pelo site da federação na internet. Na semana passada, foi necessária a intervenção do Conselho Superior de Polícia para baixar o tom da disputa e evitar o desgaste da instituição.
O grupo que defende a candidatura do diretor de Inteligência da PF, Renato Porciúncula, passou à imprensa a informação de que, em 2003, o diretor-executivo, Zulmar Pimentel – outro forte candidato à vaga de Paulo Lacerda -, deu carona à filha, indevidamente, em um jatinho da corporação. Pimentel alegou que, naquele vôo, havia vagas sobrando no avião e que não houve desvio de rota nem novos custos para a corporação por causa da carona.
