O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou à Executiva Nacional do PMDB uma proposta formal de coalizão de governo em torno de sete pontos. Segundo relato do presidente do PMDB, Michel Temer, entre os pontos estão a reforma política, para garantir "uma representação transparente e responsável para constituir bons níveis de governabilidade", e a reforma tributária, com redução gradual da carga de impostos, estímulos a investimentos e desoneração seletiva, visando à produção de bens e serviços de consumo da população de baixa e média renda.
Lula também acenou com uma política econômica, monetária e fiscal comprometida com um crescimento mínimo de 5% nos próximos quatro anos, controle da inflação e prioridade nos investimentos de infra-estrutura, educação, saúde, ciência e tecnologia. Consta na proposta que a evolução das despesas correntes deve ser inferior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), com prioridade à manutenção das despesas destinadas à melhoria das condições de vida das regiões metropolitanas, no que se refere à saúde, educação e infra-estrutura.
O PMDB também recebeu a promessa de consolidação das políticas de transferência de renda em andamento e integração dessas políticas com ações de natureza educacional, técnica e superior para abrir oportunidades de emprego ou de atividades, além do fortalecimento da federação, reexaminando as dificuldades fiscais de cada estado, enfrentando a questão da segurança pública com a colaboração dos três níveis de governo. Lula ainda sugeriu a criação de um conselho político composto pelos partidos de coalizão para acompanhar as ações de governo.
Temer recebeu a agenda e convocará a Executiva para se pronunciar sobre ela na próxima terça-feira e em seguida consultará o Conselho Político do partido, que tem cerca de 150 participantes, entre os quais as bancadas da Câmara e do Senado e os presidentes dos diretórios dos 27 Estados.