O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não quer e não vai interferir no trabalho do Comitê de Política Monetária (Copom) Segundo ele, quanto mais autonomia o Banco Central (BC) tiver melhor. De acordo com Lula, ele tem tentado mostrar que é possível um presidente responsável não ter ingerência na política monetária do País, mesmo sem uma lei que dê autonomia ao BC.
Lula contou que durante as eleições recebia vários telefonemas pedindo para que ligasse para o Banco Central exigindo a redução dos juros e acrescentou que "não seriam as eleições de São Paulo ou as eleições para presidente que me fariam ter esse comportamento inadequado".
O presidente afirmou ainda que atualmente a oposição critica o ritmo de queda dos juros porque coloca "tapa nos olhos" e esquece quanto eram os juros no passado. Lula disse que hoje as taxas são as mais baixas da história, com viés de baixa e sem tensão pré-Copom, como existia tempos atrás.
Ele afirmou que a economia vai crescer mais, que novos empregos serão gerados e que os juros vão cair, atingindo o patamar "dos nossos sonhos", compatíveis com os padrões internacionais. "Mas sem fazer nenhuma estupidez ou ato de bravata. Não vou fazer isso porque, se a inflação subir, o prejudicado serei eu e o trabalhador", afirmou. O presidente disse que chegará o dia em que os jornalistas não precisarão mais fazer perguntas sobre juros.
Lula perguntou aos repórteres que participam da entrevista coletiva se alguém já tinha vivenciado no Brasil um momento no qual a economia estivesse tão bem organizada como agora e recomendou que se busque outras alternativas de financiamento que o governo oferece, que não seja a Selic. Ele citou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que empresta a juros de 6,5% ao ano, e lembrou também os empréstimos em dólar, que segundo o presidente têm taxa cinco vezes menores do que a Selic.