Lula adota tom mais cauteloso

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu hoje um discurso cauteloso sobre suas possibilidades de vitória, fazendo questão de repetir que ainda não ganhou a eleição e que tem muito trabalho pela frente. Para promover o resgaste das dívidas sociais do Brasil, Lula depositou parte de sua esperança em Deus: ?Queira Deus que eu seja usado como instrumento desse processo?, disse o petista no encontro com representantes de entidades que integram o Fórum Nacional pela Reforma Agrária.

As dívidas sociais do Brasil, enumerou Lula, são com os negros, os índios, os portadores de deficiências, as mulheres e os aposentados.

Apesar da cautela ao afirmar que ainda falta muito para ganhar as eleições, Lula disse que aprendeu muito com as suas derrotas nas três últimas eleições presidenciais: ?Há coisas que só a derrota ensina; se a gente não cometer nenhum erro, nem pisar em nenhuma casca de banana, temos chance de ganhar as eleições?.

Experiência, disse Lula, que poderá o ajudar a governar o País se eleito. ?Eu tenho aprendido a descacar pepinos, e já sei que quando o pepino está amargo, se corta a ponta dele?, disse, ao justificar que para todas as dificuldades sempre há uma solução.

Com o humor característico dos últimos dias, Lula disse que não vai brigar com os adversários – ?Só se pisarem no meu calo? -, mas não deixou de dar uma estocada no candidato tucano José Serra quando falou da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. ?A televisão pode ajudar, mas não faz milagre; se fosse assim o Serra já estaria eleito porque tem mais tempo que todos nós.?

O candidato petista participou hoje de um ato de apoio à sua candidatura liderado pelo Movimento dos Sem-terra (MST), do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Mais uma vez, Lula criticou a forma como está sendo proposta a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), afirmando que ?é uma anexação e não um bloco que beneficia a todos de maneira igual?.

No encontro, o presidente da CPT, d. Thomas Balduino, disse que o entusiasmo pela política no País cresce com as possibilidades de vitória de Lula nas eleições. Um dos líderes do MST, João Paulo, fez, no seu discurso, uma promessa fácil de ser cumprida: ?Se Lula ganhar a eleição nós não vamos ocupar a fazenda dele. Porque ele não é latifundiário?, completou.

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