O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu neste sábado (25), em São Paulo, durante discurso feito na abertura da reunião do Diretório Nacional do PT, que a situação da Previdência Social é "delicada", mas criticou o fato de que as pessoas que se propõem a discutir uma reforma na área falam somente em aumentar o limite de idade para a aposentadoria.
Lula admitiu que o rombo nas contas da Previdência não pode continuar, mas disse que é necessário reunir políticos, economistas e especialistas para encontrar soluções para a Previdência Social sem diminuir os direitos dos mais pobres. "A discussão é mais profunda. Elaborar uma política de Seguridade Social no País sem jogar nas costas dos mais pobres as perdas de seus direitos é o desafio que está colocado para nós", afirmou. "Entretanto, nós como governo, que temos uma folha de pagamento todo mês, sabemos que o rombo não pode continuar como está por que vamos nos endividando, endividando até que um dia não teremos recursos para pagar.
Segundo ele, o problema da Previdência Social começou durante a elaboração da Constituição. Lula reconheceu que, como deputado, ajudou a aprovar a inclusão dos trabalhadores rurais na Previdência Social e que, dessa forma, foi criado um déficit nas contas do setor. "Isso é déficit do Tesouro, não da Previdência. A verdade é a seguinte: nós políticos fizemos a maior política de inclusão social e distribuição de renda deste País", declarou.
Para Lula, o Brasil assim como todos os países do mundo deve discutir mudanças na Previdência Social a cada 20 ou 30 anos. "A geração que discute uma mudança vai ter que deixar a Previdência pronta para a próxima geração".