Em cerimônia para a apresentação dos oficiais generais recém-promovidos, agora há pouco, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reanimou os militares, com a possibilidade da concessão do reajuste salarial de 23% prometido em 2004. "Quero que vocês saibam que vamos trabalhar não apenas com vontade política, mas com carinho, para ver se encontramos uma forma não apenas de discutir a questão salarial, mas de discutir a recuperação das Forças Armadas brasileiras ", disse. Lula afirmou que o Estado brasileiro "precisa reconhecer o valor dos servidores civis e militares, que se dedicam ao País e, muitas vezes, não são recompensados nem compreendidos pela sociedade pelo trabalho silencioso que exercem". Pela manhã, na solenidade do Dia do Exército, ele havia sido mais evasivo sobre assunto. Agora à tarde, Lula disse que tem discutido com o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, "como trabalhar para recuperar o prejuízo que as Forças Armadas sofreram durante tantos e tantos anos de desmonte". No pronunciamento, feito de improviso, o presidente lembrou ainda a visita que fez, recentemente, a países africanos onde afirmou ter visto situação degradante de algumas forças armadas. Lula afirmou que o potencial de um país é medido por muitas coisas, entre elas a capacidade de defesa. O presidente revelou que, ao ver a situação dramática de algumas nações da África, pensou se o Brasil não poderia ajudar as corporações desses países, como Guiné-Bissau. Em seguida, reconheceu: "Mas só poderemos apoiar se estivermos dando às nossas Forças Armadas no Brasil, aquilo que elas merecem e precisam." Por fim, Lula voltou a mencionar a dívida que existe com a sociedade, "que vem de séculos e que não vamos recuperar em dois ou três anos". O presidente completou, pedindo "criatividade, inteligência e disposição política" aos novos generais para ajudar o governo na recuperação das Forças Armadas.
