Lula admite pôr Forças Armadas nas ruas do Rio de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu na segunda-feira, em São Paulo, atender ao pedido do governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, que anunciou que pedirá amanhã ao presidente que as Forças Armadas atuem no policiamento das ruas da capital fluminense. O anúncio de Cabral foi feito após o velório do soldado da PM Guaracy Oliveira da Costa, de 28 anos, que trabalhava na segurança da família do governador e foi baleado na manhã de domingo, em um assalto. Ele morreu ontem no Hospital Salgado Filho

"Se o Cabral pedir, com o maior carinho vamos trabalhar para atendê-lo", disse Lula. "Tudo o que a gente puder fazer para ajudar os Estados nós vamos fazer. Acho que chegamos num momento em que ninguém deve procurar saber de quem é a culpa. Ou seja, essa criança é de todos nós. Há uma violência e nós temos que cuidar dela." Mais cedo, em Brasília, o ministro da Justiça, Tarso Genro, havia adiantado que era contra colocar o Exército para patrulhar ruas. "As Forças Armadas são treinadas para outra missão.

"A PM está sobrecarregada e com o contingente aquém do necessário. As pessoas estão em pânico, aterrorizadas. Não vou ficar quatro anos indo a velórios de PMs ou cidadãos vítimas da violência", disse o governador do Rio, ao sair da capela onde o soldado era velado.

Em janeiro, ele enviou ofício a Lula, pedindo que tropas patrulhassem o entorno dos quartéis. "O presidente havia dado autorização, mas isso não foi posto em prática pelo Waldir Pires (ministro da Defesa)." Desta vez, o governador disse que pedirá não apenas o patrulhamento nas imediações dos quartéis, mas também a presença de soldados em vias expressas e estradas de acesso. As declarações de Cabral surpreenderam integrantes da cúpula da segurança pública do Rio, que chegaram atrasados ao velório do soldado e foram embora antes do enterro, visivelmente constrangidos.

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