Em campanha neste sábado no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, acusou terem sido propositais as dificuldades, segundo ele, impostas pelo governo do Rio na distribuição do Bolsa-Família, programa que virou o carro-chefe de sua campanha. Lula citou que no Rio as famílias atendidas pelo programa receberam, em seu governo, R$ 294 milhões. "Poderia ter sido R$ 500 milhões se o governo (estadual) tivesse cadastrado as pessoas no tempo certo", afirmou.
Sem citar nominalmente os governadores, Lula elogiou o governo de Geraldo Alckmin em São Paulo, para fazer o contraponto das dificuldades que diz ter encontrado no relacionamento com a governadora do Rio, Rosinha Matheus. "Eu tive um bom relacionamento com o governador de São Paulo, que hoje é meu adversário. Por que não haveria de ter boa relação com o Rio de Janeiro?
Reforma política
Em discurso no Encontro Suprapartidário de Prefeitos do Rio, Lula afirmou que acredita na aprovação da reforma política logo após as eleições. "Não tem nada mais vergonhoso do que candidato pedir dinheiro para empresário", declarou o presidente sem, no entanto, referir-se uma só vez ao escândalo político que envolveu seu governo, com denúncias de distribuição de propinas a políticos e que ficou conhecido como "mensalão".
"A reforma política não é do presidente da República, é da sociedade. Precisamos fazer com que a política volte a ser séria", disse Lula, defendendo a criação de um fundo público para tornar mais transparente as doações e o orçamento de campanha. Na passagem pelo Rio, ele foi acompanhado por cinco ministros de sua equipe: Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Dulci (chefe da Secretaria Geral da Presidência), Tarso Genro (Relações Institucionais), Márcio Fortes (Cidades) e Celso Amorim (Relações Exteriores). A previsão era de que os ministros o acompanhassem também na visita à tarde à favela da Cidade de Deus.
O encontro reuniu 52 dos 92 prefeitos do Rio. A eles o presidente, em discurso de pouco mais de meia hora, pediu para acelerar a campanha de rua agora, na reta final para as eleições acenando com a abertura de um canal direto entre as prefeituras e o governo federal. "A hora é agora". O presidente da Associação de Prefeitos, Vicente Guedes (PSC), de Rio das Flores declarou a Lula que 90% dos prefeitos fluminenses apóiam a sua reeleição.