Brasília – O salário mínimo atual, de R$ 350, permite a compra de duas cestas básicas, mais a quarta parte de outra (2,25%). Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em 2002, era possível comprar apenas uma cesta básica e um terço de outra (1,3%) com o salário mínimo.

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O ministro destacou que 24 milhões de pessoas recebem um salário mínimo na Previdência Social e lembrou que, se o reajuste anual não estivesse vinculado ao sistema, "a distribuição de renda no país seria mais desfavorável ainda". Para ele, o salário mínimo "ajuda a fixar a política salarial para outras categorias no país, auxiliando no processo de distribuição de renda".

"O governo quer criar uma política de estado para a fixação dos reajustes, e não uma política deste governo", enfatizou Marinho, que fez hoje (16) uma exposição sobre o assunto na Comissão Mista de Orçamento, na Câmara Federal. Participaram representantes de diversas entidades, que discutiram a fixação de uma política de reajuste para o mínimo.

Marinho defende que o reajuste envolva acréscimo sobre o índice de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país. Para ele, a política de reajuste do salario mínimo precisa levar sempre em conta o equilíbrio das contas públicas. O ministro citou ainda o Bolsa Família, que, somado a outros programas sociais, faz o processo de transferência de renda, além de injetar recursos na economia, provocando demanda de consumo e estimulando o aumento da produção.

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O economista Flávio Castelo Branco, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), disse, na Comissão Mista de Orçamento, que, nos últimos 30 anos, o crescimento do salário mínimo ficou abaixo do próprio crescimento da economia. Segundo ele, quanto mais o salário mínimo cresce, menos pessoas estarão trabalhando sem carteira assinada, na chamada economia informal. "E trabalhando assim, não há progresso de pessoas e de empresas, pois ficam sem direito a crédito e não podem portanto prosperar" .

O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Roberto Miguel de Oliveira, defendeu a criação de uma mesa permanente de negociação para o salário mínimo. Segundo ele, a entidade é a favor da manutenção do valor do salário mínimo como base de cálculo para os benefícios da Previdência Social.

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Aristides Veras Santos, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco, lembrou que 5 milhões de trabalhadores rurais estão vinculados à politica de reajuste do salário mínimo no país. Ele disse que o mínimo serve de parâmetro também para a "correção de salários de outras categorias, forçando reajustes reais muito importantes para todos os trabalhadores do país".