Luiz Antonio de Medeiros será secretário de Marinho

O ex-deputado federal e sindicalista Luiz Antonio de Medeiros foi convidado pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, para ocupar a Secretaria de Relações do Trabalho, posto que pertencia ao também sindicalista Mario dos Santos Barbosa, ligado aos metalúrgicos de São Bernardo do Campo.

Medeiros é fundador da Força Sindical, a qual presidiu de 1991 a 1998 e, segundo ele, será o primeiro dirigente sindical não petista a participar do Ministério. "Estamos caminhando para um governo de coalizão", avaliou.

"É a primeira vez que eu vou trabalhar diretamente com o PT. Tive uma boa experiência na Câmara dos Deputados. A Câmara torna as pessoas mais educadas. Os sindicalistas são muito truculentos uns com os outros em questões ideológicas. Por, exemplo, nossas brigas com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) eram muito grandes", disse Medeiros.

No Ministério do Trabalho, Medeiros terá que conviver com muitos integrantes da CUT. Além do próprio ministro, que é ex-presidente da Central, têm ligações com a CUT o secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério, Remígio Todeschini, o ex-ocupante da pasta de Medeiros, Mario Barbosa e o secretário-executivo do Ministério, Marco Antônio de Oliveira. Mario Barbosa continuará no Ministério do Trabalho e Emprego, ocupando o cargo de assessor especial do ministro para a área internacional.

Medeiros se encontrará hoje com Marinho para receber as orientações sobre o novo posto. Segundo o novo secretário, o ministro está preocupado com as reformas sindical e trabalhista. "Afinal, tudo muda no Brasil, menos a estrutura sindical. É preciso se adaptar aos novos tempos", disse Medeiros. Ele acredita que pode ser útil ao Ministério na condução desse tema porque tem "um bom trânsito na área".

Medeiros foi duas vezes deputado federal, a primeira em 1998 pelo PFL e a segunda em 2002 pelo PL, partido ao qual ainda é filiado. Não conseguiu reeleger nas eleições de 2006. Segundo ele, o convite para integrar a Secretaria foi feito a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que Medeiros apoiou desde a primeiro mandato, "contrariando um pouco as origens da Força".

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