Com o peso de ser o sucessor de Ronaldo “Fenômeno” e a exigência da torcida para que leve o Brasil ao sexto título mundial, o artilheiro Luís “Fabuloso” Fabiano sonha em romper com a seca de gols na África do Sul e brilhar em sua primeira Copa.
O atacante do espanhol Sevilla chegou à África do Sul afetado por uma lesão muscular, que já deixou para trás, e com a cabeça cheia de sonhos, apesar de não marcar pela seleção há cinco jogos, em um período de nove meses.
Agora, o “Fabuloso” sonha repetir em sua estreia na Copa o que fez na primeira partida com a camisa verde e amarela e também quando foi dirigido por Dunga pela primeira vez.
Com o Brasil, estreou em 2003 marcando um dos gols da partida contra a Nigéria, que a seleção brasileira venceu por 3 a 0.
Em 2007, Dunga o convocou para a partida contra o Peru, pela primeira rodada das eliminatórias, mas não conseguiu marcar.
Entretanto, dias depois conseguiu liquidar o Uruguai, também pelas eliminatórias, ao marcar duas vezes, fechando a partida em 2 a 1.
A partir de então, Luís Fabiano Clemente foi sempre titular. Marcou 25 gols em 36 jogos pela seleção, e com Dunga – que assumiu em julho de 2006 – soma 19 em 26 partidas.
“Estou em uma etapa na qual busco metas, uma já consegui, que é estar aqui (na Copa), outra é ser campeão e outra é ser o artilheiro”, revelou dias atrás.
Entretanto, carrega o peso de ser o sucessor do veterano Ronaldo “Fenômeno” (33 anos) que, além de ser bicampeão mundial (1994 e 2002), é o maior artilheiro em Copas do Mundo (15 gols).
“É muita responsabilidade, não apenas porque grandes nomes usaram esta camisa, mas também pela pressão que é vestir a verde e amarela”, disse.
Ainda que nos últimos tempos o balançar de redes tenha ficado de fora em suas atuações, o “matador” brasileiro está com a faca nos dentes e focado em fazer uma boa campanha na Copa.
“Tenho tudo para fazer gols na Copa do Mundo, o importante é o título. Quando chegar o primeiro, virão vários”, enfatizou.
Nos últimos amistosos antes da Copa que o Brasil jogou como visitante – 3 a 0 contra o Zimbábue e 5 a 1 contra a Tanzânia – o jogador não conseguiu marcar.
Para “matar a nostalgia”, o “Fabuloso” vê sempre na concentração um filme com gols marcados.
O 9 encarna a imagem de guerreiro que agora é atribuída ao time de Dunga, deixando de lado o tradicional “jogo bonito” brasileiro para valorizar mais o esforço, a luta e o trabalho coletivo.
Luís Fabiano não se importa em seguir esta tática: “se é preciso jogar feio para ganhar vamos fazer isso, o que importa na Copa é ganhar”, disse.
Totalmente consciente da “mentalidade Dunga”, defende que a seleção “encantou quando teve que encantar e foi guerreira quando precisou ser… Os resultados estão aí”.
Os gols que marca não só reconfortam o jogador e a equipe, mas também são um presente para seu falecido avô, que o criou.
“Infelizmente meu avô já não está mais entre nós, gostaria de ganhar a Copa por ele, porque foi meu pai… foi meu grande ídodo e um fã também”, disse.
Luís Fabiano confia em sua capacidade, mas também na equipe que o Brasil trouxe, qualificando-a como “um jato voando baixo que, seguramente, vai surpreender muita gente”.
Resta ver se o “Fabuloso” volará a estufar as redes adversárias na Copa e cumprir com seu ansiado sonho.
O Brasil integra o Grupo G, junto com Coreia do Norte, Costa do Marfim e Portugal, e estreia no dia 15 de junho contra os asiáticos.