Lugar para todos

O Brasil, qual seja o enfoque da análise, tem a matriz de transportes essencialmente caracterizada pelo rodoviarismo. É por nossas rodovias municipais, estaduais e federais que a massa da produção agropecuária e industrial é transportada. Para se convencer da assertiva basta contemplar o movimento de caminhões pesados em quaisquer dessas vias estratégicas.

A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) revela que o modal rodoviário responde por 61,1% da carga movimentada; o ferroviário por 20,7%; o aquaviário por 13,6%; o dutoviário por 4,2% e o aéreo por exíguos 0,4%. Em 2005, o transporte de cargas diversas registrou 794,9 milhões de toneladas.

O empresário Clésio Andrade, presidente da CNT, admite que o perfil deve passar por um processo de reestruturação, de tal forma a equiparar os modais rodoviário e ferroviário em 40% do total transportado, permitindo a expansão dos outros modais para 10% cada um.

Com o crescimento das ferrovias e hidrovias, segundo Andrade, mesmo que a transformação não aconteça ?da noite para o dia?, como faz questão de esclarecer, o novo perfil do transporte será benéfico para a economia nacional, sobretudo pela mobilidade e rapidez nas entregas e abertura de novas oportunidades de negócios.

O entrave inicial é a reduzida extensão da malha ferroviária em operação: 2.518 quilômetros, divididos em 211 quilômetros ainda conservados pela administração pública e 2.307 quilômetros passados à iniciativa privada.

O quadro é emblemático da supremacia do modal rodoviário, tendo em vista que as estradas têm contado com maior volume de investimentos que os demais e, apesar dos sérios problemas de conservação da malha, dão maior rapidez ao fluxo crescente de mercadorias.

Uma das alternativas para a modernização das rodovias federais seria ampliar o regime de concessões, cuja licitação foi suspensa pelo governo em face da quantidade de dúvidas quanto à cobrança de pedágio, na verdade, de resto, uma questão explosiva.

O importante é deixar claro que a reestruturação do setor de transporte não pode menosprezar a idéia de que há lugar para todos.

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