Rio – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro de R$ 636,76 milhões no terceiro trimestre, elevando o acumulado no ano para R$ 2,467 bilhões. O resultado do trimestre ficou 51,46% acima do registrado no segundo trimestre, mas ficou 24,42% abaixo do contabilizado no terceiro trimestre de 2004, quando somou R$ 842 508 milhões. Em entrevista coletiva ontem (22), no Rio, o presidente da instituição, Guido Mantega, comentou que o objetivo do banco estatal de fomento "não é gerar lucro, mas promover o desenvolvimento". De qualquer forma, Mantega previu que os resultados de 2005 devem ser os maiores da história do BNDES. Mantido o ritmo até setembro, o lucro deve superar os R$ 3 bilhões, ante R$ 1,497 bilhão em 2004.
Os dados do balancete de setembro mostram que o BNDES teve mais lucro nas operações com títulos e valores mobiliários do que na intermediação financeira no terceiro trimestre. O resultado de operações com títulos e valores mobiliários ficou em R$ 438,77 milhões no período de julho a setembro, com o acumulado no ano somando R$ 1,314 bilhão. O resultado bruto da intermediação financeira representou ganho de R$ 289,488 milhões no trimestre e de R$ 1,467 bilhão no acumulado do ano. Mantega considera essa estratégia correta, já que os ganhos com títulos viabilizam menores spreads nas suas operações de empréstimos "e promove o desenvolvimento".
As receitas e as despesas de intermediação financeira do banco registraram quedas expressivas este ano, em relação ao ano passado. No trimestre julho/setembro, por exemplo, as receitas de intermediação financeira totalizaram R$ 1,843 bilhão, com queda de 44,51% em relação ao mesmo período do ano passado. O acumulado no ano totalizou R$ 5,543 bilhões, com queda de 56,71% em relação ao período janeiro/setembro de 2004. Segundo técnicos do banco, o movimento reflete a queda do dólar em relação ao real este ano, já que cerca de 40% dos empréstimos do BNDES são em moeda estrangeira. Com a queda do dólar, houve uma redução no passivo e no ativo da instituição, quando contabilizados em real.
O "efeito câmbio" afetou também o montante de empréstimos da instituição. No final de setembro, o ativo total do BNDES atingiu R$ 161,979 bilhões, praticamente igual aos R$ 161,872 bilhões computados em dezembro do ano passado. O maior volume de operações tem sido por meio de agentes financeiros. No final de setembro, essas operações totalizavam R$ 77,179 bilhões cerca de 40% acima dos R$ 55,55 bilhões registrados nos empréstimos diretos.
