Lucro do Banco do Brasil chega a R$ 1,4 bilhão

Um dia antes do início da oferta pública de um lote de 17,8% de suas ações no mercado, o Banco do Brasil anunciou hoje (4) o melhor resultado financeiro dos últimos oito anos. De janeiro a setembro, o BB obteve um lucro líquido de R$ 1,428 bilhão, 90,4% superior ao resultado verificado em igual período de 2001. Com este desempenho, o retorno anualizado sobre o patrimônio líquido atingiu 22,8%, o equivalente a um lucro de R$ 1,92 por ação.

        O presidente da instituição, Eduardo Guimarães, atribuiu o lucro do BB ao aumento da base de clientes, ao crescimento da carteira de crédito e da receita de serviços e à contenção das despesas administrativas.

        Guimarães destacou que, desde que foi reestruturado pelo governo, em meados de 2001, o Banco do Brasil vem obtendo lucros crescentes. O lucro líquido foi de R$ 349 milhões no primeiro trimestre de 2002, passando para R$ 474 milhões no trimestre seguinte e chegando a R$ 605 milhões no trimestre encerrado em setembro.

        Segundo Guimarães, daqui em diante ?é de se esperar que a rentabilidade venha a se manter?. Ele argumentou que a instituição está hoje livre das mazelas que, no passado, obrigaram o Tesouro Nacional, seu acionista controlador, a suprir as deficiências de caixa do banco. É que, com a reestruturação, o governo retirou da carteira do banco operações pouco rentáveis, como os financiamentos rurais sucessivamente renegociados, e assumiu o risco de crédito dessas operações.

        Tecnologia – De acordo com Guimarães, o BB também aprimorou sua forma de operar. O banco, segundo ele, é o que possui a maior rede física de agências e está completamente renovado do ponto de vista tecnológico. ?Investimos pesadamente em análise de risco de crédito?, disse ele. Segundo Guimarães, toda operação de crédito aprovada hoje pela instituição passa por análises de comitês e as funções de aprovar o financiamento para determinado cliente e a de estabelecer o limite da operação estão complemente segregadas.

        O presidente do BB garante que, hoje, toda e qualquer operação que envolve subsídio do Tesouro está explícita no Orçamento da União. Guimarães disse acreditar que, mesmo com a mudança de governo, isso não vai mudar. ?O Banco do Brasil pode ser um agente de fomento e, ao mesmo tempo, um banco rentável. Esses dois objetivos não são incompatíveis?, assegurou.

        Segundo ele, a ênfase que venha a ser dada pelo próximo governo nas operações de fomento não prejudicará a imagem do banco, que está caminhando para se integrar, ainda este ano, ao Novo Mercado da Bovespa, a partir da operação de venda de ações anunciada hoje pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O governo vai vender um lote 132,33 bilhões de ações ordinárias nominativas, que correspondem a 17,8% do capital total da empresa. Com isso o BB passará a ter um quarto de suas ações circulando no mercado, mas o Tesouro continuará na posição de acionista controlador, com 60,9% do capital.

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