Lucro das grandes empresas quadruplica no governo Lula

Em três anos e meio de governo Lula, o lucro das grandes empresas do setor produtivo mais que quadruplicou em relação a igual período do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, superando em muito a rentabilidade dos bancos. A soma do lucro líquido das 227 principais empresas com ações negociadas em Bolsa cresceu de R$ 29,3 bilhões para R$ 131,7 bilhões entre os dois governos. A diferença, de R$ 102,4 bilhões, representa um salto de 349,8%.

Na mesma comparação, o lucro dos 23 bancos de capital aberto teve crescimento bem mais modesto, de 104,2%: passou de R$ 26,7 bilhões para R$ 54,5 bilhões. Nesse grupo, estão as maiores instituições financeiras do País, como Bradesco, Itaú e Banco do Brasil.

A conclusão é de um levantamento feito pela Economática, empresa de informação financeira, a pedido do jornal O Estado de S.Paulo. Todos os valores foram atualizados até 30 de junho de 2006, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação no País, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Petrobras, maior empresa brasileira, e a Eletrobrás não foram incluídas na amostra. Sozinha, a estatal petrolífera lucrou, na administração petista, mais que todos os 23 bancos juntos: R$ 77,4 bilhões, com expansão de 114,7% se comparado com o resultado obtido no último governo tucano.

"O lucro das empresas foi turbinado pela influência do cenário internacional, que nunca esteve tão favorável ao mercado de commodities quanto nos últimos anos’, diz Fernando Exel, presidente da Economática. "Teve também o impacto da valorização do real frente ao dólar, que facilitou bastante a vida das empresas que têm dívidas em moeda estrangeira", acrescenta.

As grandes companhias ganharam bastante dinheiro com o aumento da demanda e a valorização de produtos com preços cotados no mercado internacional, como minério de ferro, celulose, aço, açúcar e soja, entre outros. A combinação desses fatores impulsionou as receitas de boa parte das companhias, tanto de exportação quanto de venda ao mercado interno.

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