Fabrice Coffrini/AFP
O zagueiro e capitão da seleção brasileira, Lúcio, afirmou nesta quarta-feira que a equipe não está preocupada com a premiação em caso de título na Copa do Mundo da África do Sul e destacou que o foco dos jogadores é apenas a competição.
¨Para a gente não é o foco prinicipal. A gente sabe que isso acontece em qualquer seleção, em qualquer clube. Nosso foco principal é alcançar nosso sonho, que não tem preço. Não tem dinheiro que pague você ser campeão do mundo, a satisfação que você vai levar para o resto da vida¨, declarou o jogador em uma entrevista coletiva concedida no Randpark Golf Club, em Johannesburgo.
O zagueiro também afirmou não ter conhecimento de um possível problema de saúde do pai do técnico Dunga ao ser questionado por um jornalista.
O discurso do foco apenas na Copa do Mundo também foi citado para garantir que a relação conturbada de Dunga com a imprensa não afeta os jogadores.
Na próxima sexta-feira, o Brasil enfrenta Portugal em Durban pela última rodada do grupo G do Mundial e precisa apenas de um empate para garantir o primeiro lugar da chave.
Já classificado para as oitavas, o adversário da seleção na próxima fase sairá do Grupo H, entre Chile, Espanha e Suíça, mas o zagueiro destacou que não escolhe adversário em uma Copa do Mundo.
Lúcio também foi questionado sobre um suposto descontrole dos jogadores brasileiros no fim da vitória de 3-1 sobre a Costa do Marfim, que resultou na expulsão de Kaká, mas o capitão do time destacou que a seleção atua com seriedade.
¨Sempre buscar defender o seu país da melhor forma possível, é claro com lealdade. Ser desleal não vai trazer vantagem em nada. Jogar duro, jogar firme, ir em busca do seu sonho, com certeza você não vamos encontrar moleza pela frente¨.
¨Garra, determinação, com lealdade, têm que existir sempre¨, completou.
Ao lado de Juan, Lúcio forma uma das melhores zagas de todo o planeta, segundo a imprensa, mas o país sofreu dois gols nos finais das partidas que disputou até o momento na Copa (2-1 sobre a Coreia do Norte e 3-1 sobre a Costa do Marfim).
Ele disse que ninguém gosta de sair dos jogos sofrendo gols. Ao mesmo tempo disse que pelo momento dos gols sofridos na situação não representa um drama.
Para Lúcio, as conversas após os jogos serve para evitar erros futuros. Também disse que a meta é crescer durante a competição, como aconteceu em 2002.
¨Nosso objetivo, assim como em 2002, é crescer dentro da competição. Quando a gente chegou na Copa do Mundo, muita gente, principalmente vocês (imprensa), não acreditava muito no futebol da seleção brasileira e gente cresceu dentro da competição. Conseguimos entrosar bem e alcançar um bom nível de futebol até ser campeão¨.
O jogador também falou que não existe problema em enfrentar outros brasileiros, já que Portugal tem três jogadores nascidos no Brasil (Deco, Liedson e Pepe).
Perguntado sobre os cultos religiosos dentro da concentração, afirmou que os atletas se reúnem apenas nos momentos oportunos e que todos respeitam a proibição da Fifa de manifestações religiosas dentro de campo.
No fim, o capitão brasileiro ressaltou o diferencial da equipe que busca o hexacampeonato na África do Sul.
¨O algo a mais que cada jogador busca dentro de campo, independentemente de ser atacante ou de meio. Ajudar a defender, ajudar o companheiro em uma bola perdida. Acredito que esta determinação, essa vontade de vencer que existe dentro da seleção é muito grande. E isso, com certeza, está nos ajudando a superar momentos difíceis¨.
¨A superação, o algo a mais, o desejo de vencer desta equipe é muito grande. Acredito que esta é a principal qualidade do nosso time¨, concluiu.
