Fabrice Coffrini/AFP
O raçudo zagueiro Lúcio tornou-se o novo cacique da seleção brasileira comandada por Dunga, que confia em seu capitão por sua forte personalidade, fundamental na liderança de seus guerreiros em campo para a conquista do sexto título mundial na Copa do Mundo.
A presença de um dos principais nomes do Inter de Milão é vital para a forte defesa do Brasil, considerada hoje uma das melhores do mundo, que é a base da equipe italiana tendo também o lateral Maicon e o goleiro Julio César.
Juan (Roma) e o veloz Michel Bastos (Lyon) completam a zaga.
Símbolo de ‘garra’, que se arrisca com frequência na área rival, Lúcio se consolidou na posição e exibe maturidade absoluta desde que, aos 24 anos, conquistou com o Brasil o pentacampeonato na Coreia do Sul e no Japão.
“Minha alegria é a mesma de 2002… Minha vontade continua sendo a mesma, como se fosse minha primeira Copa”, confessou o zagueiro de 32 anos.
Lucimar Ferreira da Silva, chamado de Lúcio, é o zagueiro brasileiro com maior número de partidas disputadas em Copas (7 em 2002, 5 em 2006 e a estreia de 2010 com vitória por 2-1 contra a Coreia do Norte). Além disso, é o primeiro da história verde-amarela a disputar três Copas como titular.
Nascido na capital Brasília, o ex-Internacional de Porto Alegre e Bayer Leverkusen já disputou 92 duelos com a seleção.
Desde que assumiu a seleção em 2006, Dunga depositou toda a sua confiança no ‘dono da área’ e sempre o escalou como titular. Ao lado de seu companheiro Juan, forma um dos mais fortes miolos de zaga deste Mundial.
Com Dunga, Lúcio já conquistou a Copa da Confederações de 2009 e levou o Brasil ao Mundial, conquistando a classificação como líder das eliminatórias sul-americanas. No Inter de Milão teve um ano de 2010 perfeito com a tripla coroa – Série A, Copa da Itália e Liga dos Campeões.
Na Copa de 2006, obteve também a marca de zagueiro mais limpo.
No entanto, não pensa duas vezes em usar a força física para parar um adversário e logo depois do início da Copa, alertou sobre a severidade dos árbitros ao ressaltar que “muitas vezes há mais cartões vermelhos e amarelos que o normal”.
Mas sua raça e vontade em campo escondem uma personalidade mansa e totalmente fiel aos preceitos evangélicos, a ponto de liderar cultos entre jogadores da seleção, como o craque Kaká.
Foram várias as vezes que Lúcio exibiu camisas com alusões religiosas ao marcar gols ou conquistar títulos, embora não possa fazer isso na Copa, por determinação da Fifa.
Além disso, suas chuteiras têm gravados os nomes de seus três filhos e o número 3: “na hora de jogar é importante sentir que eles estão lá”, esclareceu.
Seu valor aumentou progressivamente em uma seleção com muitos jogadores de grandes ligas e citada como grande favorita ao título, mas Lúcio mantém o discurso de Dunga e, humildemente, prega “a importância do grupo” antes de tudo.
Neste que será seu último Mundial, Lúcio vai tentar conquistar mais um título em sua carreira.