Em sessão secreta encerrada há pouco, o deputado Onix Lorenzoni (PFL-RS) apresentou à CPI dos Correios um documento em que afirma que o deputado José Dirceu (PT-RS), ex-ministro da Casa Civil, cometeu crime de falsidade ideológica e crime de responsabilidade ou infração político-administrativa por ter tomado um empréstimo no valor de R$ 14.322,51 junto ao PT e não ter declarado essa operação em sua declaração de Imposto de Renda.
Segundo Lorenzoni, José Dirceu pagou seis parcelas iguais de R$ 2.400,00 cada, em cheques nominais, entre 18 de dezembro de 2003 e 30 de maio de 2004. O empréstimo, segundo o pefelista, foi feito com recursos do Fundo Partidário do PT, o que é proibido por lei.
No documento, o deputado gaúcho diz que a declaração de rendimentos de José Dirceu, em 2003, "não acusa o recebimento de qualquer montante originário" do PT. "Do mesmo modo, não há referência nas declarações (de IR) de 2004 e de 2005 sobre o recebimento do dinheiro", acrescenta.
No documento, entregue ao relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), Lorenzoni pede que esses fatos façam parte do relatório da CPI e que também o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo contra José Dirceu no Conselho de Ética, seja informado sobre essa irregularidade.