Jorge Lorenzetti, ex-coordenador de Risco e Mídia da campanha de reeleição de Lula, deve afirmar aos deputados da CPI das Sanguessugas que teve interesse em divulgar o dossiê Vedoin, com denúncias contra tucanos, mas proibiu seus comandados de pagar pelo material. Lorenzetti é acusado pela Polícia Federal de ser o articulador da compra do dossiê e presta depoimento na terça-feira.

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A versão seguirá o mesmo roteiro da defesa apresentada à PF, em 22 de setembro. Lorenzetti dirá aos parlamentares que tomou conhecimento da existência do dossiê em meados de agosto, após o empresário petista Valdebran Padilha ligar para o comitê de Lula em Brasília, e deixar um recado de que teria informações e provas que interessariam à campanha.

Na ocasião, Lorenzetti diz ter pedido ao advogado Gedimar Passos – seu comandado no comitê – para que ligasse de volta a Cuiabá (MT), onde vive Valdebran, para checar as informações. Segundo afirmará o churrasqueiro do presidente Lula, Gedimar entrou em contato, por telefone, com Valdebran e ouviu dele o relato de que os petistas poderiam obter "informações importantes sobre o escândalo dos sanguessugas".

Lorenzetti dirá que ouviu dos emissários que haveria cheques, recibos e comprovantes bancários, entre outros documentos, que vinculavam José Serra à fraude com as ambulâncias. "Lorenzetti se interessou e enviou os assessores Gedimar e Expedito Veloso (ex-diretor do Banco do Brasil e funcionário da campanha de Lula) para checar o material", afirma o advogado do acusado, Aldo de Campos Costa. Lorenzetti dirá ainda que os dois foram para Cuiabá em 23 de agosto e retornaram a Brasília relatando que reuniram-se com Valdebran e membros da família Vedoin.

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Segundo ele, nesse encontro Valdebran e os Vedoin relataram que Abel Pereira – empresário que seria ligado ao ex-ministro da Saúde Barjas Negri – teria oferecido R$ 10 milhões para que o dossiê não fosse divulgado e a família queria R$ 20 milhões dos petistas para entregar a denúncia contra tucanos.

Lorenzetti afirmará que descartou a possibilidade de compra. "Ele não apenas recusa, mas desautoriza qualquer pagamento pecuniário e se desinteressa, pelo menos provisoriamente, pela obtenção dessas informações", diz o advogado.

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