Londrina tem menor mortalidade infantil da história

Pela primeira vez em sua história, Londrina registrou apenas um dígito no coeficiente de mortalidade infantil. Em 2004, o coeficiente de mortes de crianças menores de um ano de idade por mil nascidos vivos ficou em 8,99. ?É uma conquista de toda a cidade, do trabalho integrado das secretarias municipais e instituições da cidade, do esforço dos profissionais da área de saúde e da reestruturação do SUS no município?, comemorou o prefeito de Londrina, Nedson Micheleti, que apresentou à imprensa os números hoje (dia 22) pela manhã.

O coeficiente de 8,99 representa uma redução de 22,89% na taxa de mortalidade infantil em relação a 2003, quando foram registradas 12,09 mortes para cada mil crianças nascidas vivas. Comparados com os dados de 1990, quando Londrina tinha 22,62 mortes por mil crianças nascidas, é uma redução de 64,44%. Os números fazem parte do levantamento anual realizado pela Diretoria de Epidemiologia e Informações em Saúde, da Secretaria de Saúde.

?Londrina tem uma das menores mortalidades infantis do Brasil?, afirmou o secretário de Saúde, Silvio Fernandes. Ele explicou que entre janeiro e dezembro do ano passado, ocorreram 64 óbitos de crianças com até um ano de idade, dos quais 62 casos em Londrina e dois de crianças da cidade que faleceram em outras Localidades. Em 2004, o número de nascidos vivos foi de 7.121 crianças.

Das 62 crianças que faleceram em Londrina, 41 (66%) foram no período neonatal (até 28º dia após o nascimento) e 21 (34%) no período pós neonatal (acima do 28º dia até 1 ano de idade). As doenças originadas no período perinatal (pouco antes do parto) são a primeira causa da mortalidade infantil, com 51,6% das incidências; seguida pelas deformidades e anomalias cromossômicas, com 27,4% e, em terceiro lugar, com 4,8%, ficaram as doenças do aparelho respiratório.

De acordo com o secretário Silvio Fernandes, as doenças originadas no período perinatal e as malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas são as duas principais causas de mortalidade infantil em países com baixos coeficientes de mortalidade infantil como Dinamarca, Japão, Suécia, Islândia e Finlândia porque, conforme Fernandes, estão ligadas ao desenvolvimento tecnológico da medicina.

Integração

Silvio Fernandes destacou ? na queda da mortalidade infantil – a importância da integração da política municipal pelos programas de inclusão social, como o Bolsa Família, desenvolvidos pela administração municipal. Os programas, conforme o secretário, garantem a condição financeira para as famílias na sustentação da criança após o parto. São 2.300 famílias que recebem o Bolsa Escola Municipal no valor de R$ 100,00. Além destas, 4.707 famílias recebem o Bolsa Escola Federal, no valor de R$ 90,00.

A política integrada das várias secretarias, com programas como o de atendimento à gestante e recém-nascidos nas UBSs e Maternidade Municipal, Viva Vida, Rede da Cidadania e Projeto Futuro são responsáveis por Londrina ter recebido em 2004, o título de Prefeito Amigo da Criança, oferecido pela Fundação Abrinq, de São Paulo.

Silvio Fernandes disse considerar ainda que a queda da mortalidade infantil em Londrina se deve à melhoria no atendimento à gestante pelas unidades básicas de saúde, ao programa de humanização do parto e ao trabalho conjunto nas UTIs pediátricas e neonatais.  ?É a conseqüência do trabalho de reestruturação da rede básica que tem sido desenvolvido nos últimos anos. É a qualidade do acesso que a mãe tem em todo o sistema de saúde.?

Outro fator importante enfatizado pelo secretário Silvio Fernandes na redução da mortalidade infantil é o trabalho realizado pelo Programa Saúde da Família (PSF). ?As equipes do PSF estabelecem vínculos com as famílias. Os agentes acompanham, por exemplo, se as mães estão seguindo as orientações do pré-natal até os cuidados que devem ter no período pós-neonatal, como a vacinação?, disse Fernandes. Londrina tem, hoje, 102 equipes do Programa Saúde da Família que cobrem 80% da área urbana e 100% da área rural.

Comparação

A mortalidade infantil é um dos principais indicadores de saúde pública de uma cidade. "Como indicador de saúde geral, a mortalidade infantil expressa, em associação com outros indicadores, a situação de saúde de uma comunidade e as desigualdades de saúde entre grupos sociais e regiões?, explicou o secretário Silvio Fernandes.

Comparada a coeficientes de outras cidades, a mortalidade infantil em Londrina apresenta valores próximos aos de países desenvolvidos. De acordo com a Unicef, os Estados Unidos registraram coeficiente de 7 mortes por mil nascidos vivos em 2003; Cuba e Austrália 6; Canadá 5 e Japão 3 óbitos.

O Brasil registrou em 2003, 33 mortes de crianças com até um ano de idade. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o Paraná teve 16,46 crianças falecidas em 2003. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera mortalidade infantil alta quando ocorre uma média de 50 mortes de criança de até um ano de idade ou mais por mil nascidos vivos; média quando fica entre 20 a 49 por mil nascidos e baixo, quando o índice fica em menos de 20 mortes.

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