De acordo com a gerente de Epidemiologia da secretaria, Sônia Fernandes, apesar de Londrina contabilizar poucos casos da doença, que se apresenta na forma cutânea, a prevenção é de extrema importância, já que existem formas mais graves, como a leishmaniose visceral, que pode levar à morte. ?Londrina ainda não teve caso de leishmaniose visceral, pelo menos não foi notificado à Secretaria de Saúde. Esse trabalho de orientação é também uma forma de monitoramento dos casos para evitar que a forma mais grave apareça no município?, disse ela.
No ano passado a secretaria notificou 62 casos de leishmaniose cutânea ? que se manifesta na forma de feridas na pele ?, 46 considerados autóctones. Foram 24 casos na área rural do município, 12 na região sul, 10 na região leste, seis no centro, cinco na região norte e cinco na região leste. O patrimônio Regina, área do distrito rural Espírito Santo (distante 15 km ao sul de Londrina) foi o local de maior concentração da doença: oito casos.
Os 17 casos notificados neste ano são de moradores do patrimônio Regina, do distrito rural de Maravilha (distante 26 km de Londrina), dos jardins União da Vitória e Piza (ambos na região sul), conjuntos habitacionais Maria Cecília (região norte), Avelino Antonio Vieira (região leste), vila Fraternidade (região leste) e vila Portuguesa (região central).
A leishmaniose cutânea, segundo Sônia Fernandes, é transmitida pelo mosquito conhecido no Brasil por birigui, mosquito palha ou mosquito pólvora, que é o hospedeiro do parasita causador da doença. Tais mosquitos, que vivem em locais de mata, medem de 2 a 3 milímetros, sendo menores que os pernilongos comuns, e possuem hábitos noturnos, atacando as vítimas no entardecer e começo da noite.
O período de incubação (que vai da picada pelo mosquito infectado até o aparecimento dos primeiros sintomas) varia entre 10 e 25 dias. A leishmaniose cutânea se manifesta na forma de feridas na pele no formato de pequenos vulcões, com as bordas elevadas e o centro mais baixo, podendo permanecer aberta por vários meses até que se procure um tratamento.
De acordo com Sônia Fernandes, o tratamento é feito com a aplicação de injeções, podendo, conforme com o estágio em que se encontra a doença, serem necessárias 120 aplicações. ?A ferida aberta não coça e nem dói, mas, se não tratada, pode chegar até as mucosas.? Durante as visitas, que serão feitas aos sítios onde foram identificados os casos e propriedades do entorno, os moradores vão receber orientações de como prevenir a picada, com o uso de roupas adequadas e repelentes. ?O ideal seria que as pessoas não entrassem em áreas que tenham mato no período do entardecer e a noite?, explicou.
continua após a publicidade
continua após a publicidade