A prefeitura de Londrina (PR) anunciou que não vai aderir ao projeto de
restaurantes populares que o governo federal quer disseminar por todo o País. O
secretário de Agricultura da prefeitura, administrada pelo PT, Nilson Ladeia,
afirma que a decisão foi tomada após se concluir que cada refeição custaria
cerca de 4 reais.

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"Seria preciso fornecer refeições balanceadas, o que é
impossível a um custo de 1 real", afirma – para cada porção de alimento servida
a 1 real, a administração municipal teria de desembolsar 3 reais, o que
representaria, no caso de mil diárias como pretende a administração federal, R$
3 mil reais por dia aos cofres do Poder Executivo municipal. "Os programas
sociais que desenvolvemos, atualmente", diz Ladeia, apontando entre eles o
Bolsa-Escola, a merenda escolar e o auxílio à alimentação, "são mais eficientes
e custam menos".

A cidade, com quase 500 mil habitantes, está habilitada
a receber os recursos, a fundo perdido, para a primeira fase de adoção da
proposta, noticiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um dos
instrumentos de erradicação da fome no País.

Os 227 municípios com mais
de 100 mil habitantes têm até a sexta-feira (20) para protocolar no Ministério
de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, cuja secretária-executiva, Márcia
Lopes, é de Londrina, as idéias dos restaurantes.

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O Poder Executivo
federal tornou disponíveis para a primeira etapa do plano, que prevê ainda este
ano a instalação de 55 estabelecimentos populares, R$ 38 milhões. Essas verbas
deverão cobrir os custos de instalação e equipamento. Os Executivos municipais
terão de arcar com as despesas de manutenção, que incluem o aluguel do imóvel,
salários e aquisição dos mantimentos.