Nem bem o governo Lula empossa o ministro do futuro, Mangabeira Unger, filósofo escolhido pelo magnânimo presidente da República para abrilhantar os saraus de Brasília, dá-se a conhecer um esboço da infra-estrutura e da logística dos transportes nos próximos 15 anos.
Diga-se a bem da verdade que a iniciativa nada tem a ver com a nova secretaria especial criada por Lula para abrigar o lente harvardiano, mesmo porque não haveria tempo hábil para elaborar trabalho desse alcance.
A tarefa coube ao Ministério dos Transportes, uma das especialidades do Partido da República (PR), de cujas fileiras brotou o titular da pasta, Alfredo Nascimento.
A novidade é que na perspectiva de década e meia, a participação das ferrovias e hidrovias no deslocamento de cargas será fortalecida. E, mais, o governo garante que já em 2010 haverá apenas 3% da malha rodoviária federal em estado ruim de conservação. Vale a pena registrar a promessa para cobrar depois.
Os objetivos estão enfeixados no Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), versão preliminar redigida por técnicos do Ministério dos Transportes, em parceria com oficiais especialistas designados pelo Comando do Exército.
A preocupação é antiga, pois em 1986 o extinto Geipot, grupo de trabalho organizado pelo governo para estudar a questão, tinha o escopo de formular as linhas fundamentais duma política nacional para o setor de transportes.
Uma das metas atuais é reduzir a participação do modal rodoviário dos 58% atuais para 33%, elevando a fatia das ferrovias de 25% para 32%. A conferir.