O papa João Paulo II, falecido em 2005, considerou a possibilidade de renunciar ao pontificado no ano 2000 devido à sua saúde precária, e também pensou em criar uma nova regra pela qual os papas seriam obrigados a renunciar ao chegarem à idade máxima de 80 anos. As revelações estão em um livro do antigo secretário de João Paulo II, o cardeal Stanislao Dziwisz, que será lançado quarta-feira na Itália. "Uma vida com Karol", escrito em conjunto com o jornalista Gianfranco Svidercoschi, relata os momentos vividos por Dziwisz junto ao papa desde que Karol Wojtyla ainda era arcebispo de Cracóvia, em 1966.
No livro, o secretário relata sua convicção de que a União Soviética estava por trás do atentado ao papa, em 1981, com detalhes inéditos sobre as horas posteriores aos disparos. Também há capítulos dedicados ao atentado contra as Torres Gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001, que o papa "acompanhou pela televisão, indo rezar na capela, preocupado", e para as últimas horas de João Paulo II. O secretário Dziwisz conta que "eram 21h e 27 minutos. Nós percebemos que Sua Santidade havia parado de respirar…algumas pessoas pararam os seus relógios naquela hora".