Nova Iguaçu, 31 (AE) – Ovacionado e carregado nos ombros dos eleitores pelas ruas do município, o prefeito eleito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias (PT), disse hoje que a vitória representa a “derrota dos métodos de Garotinho, do vale-tudo fascistóide” na campanha eleitoral.
Ele se referia à intervenção de Anthony Garotinho, presidente do PMDB local, e de sua mulher, a governadora Rosinha Garotinho, que ameaçaram não repassar verbas estaduais para o município. Também houve uma onda de panfletos apócrifos. Um deles acusava Lindberg de defender a legalização da maconha.
“Quem foi derrotado não foi o Garotinho, e sim os seus métodos”, disse o petista, que ganhou o segundo turno com 57,74% dos votos contra 42,26% do candidato Mário Marques (PMDB). “Houve um não da população do Estado. Onde o Garotinho chega, ele exagera na mão, é um vale-tudo, passa por cima de qualquer coisa. Este tipo de política foi rejeitada aqui”.
Conselho – Lindberg, que deu entrevista no início da noite de hoje disse que, se fosse ligado a Garotinho, daria o seguinte conselho ao ex-governador: “Diria que suas práticas estão levando a um profundo isolamento político. Ele saiu de uma eleição presidencial com 15 milhões de votos e está tentando se segurar em Campos. Só sobrou isso. Mesmo se ele ganhar em Campos fica com um universo político muito reduzido.”
Lindberg disse ainda que a vitória no município pode renovar o PT no Estado. O partido enfrentou resultados ruins na capital, onde Jorge Bittar acabando em quinto lugar na disputa pela prefeitura. “Aquela esquerda do Rio, da Zona Sul, apaixonada, só vai se movimentar, se apaixonar de novo, se o PT mostrar que pode ser o PT para o povo sofrido do Rio. Se a gente mostrar aqui que este povo que está abandonado pelas oligarquias.”
Segundo o petista, além da derrota de Garotinho, o resultado foi uma importante vitória de Cesar Maia (PFL), que se reelegeu no primeiro turno. Lindberg descartou a possibilidade de disputar cargos em 2006.
Ele estranhou que, de manhã, seu carro tenha sido fechado por um veículo com policiais, que o acusaram de estar fazendo carreata. O candidato explicou que seu carro era seguido por dois veículos com seguranças e carros da imprensa. E foi logo liberado.

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