Líderes petistas defendem diálogo com PSDB e PFL

Construir as bases para a governabilidade no segundo mandato e a reforma política ecoaram como mantra entre os ministros e líderes petistas reunidos em São Paulo. A exemplo do pronunciamento do presidente Lula, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luis Dulci, defenderam o diálogo com o PSDB e PFL. "É possível um diálogo com os dois partidos porque eles também estão de olho em 2010", afirmou Tarso, acrescentando que é necessário desobstruir o processo.

"Nós temos que buscar o maior consenso possível", pregou Dulci, como forma de garantir maioria no Congresso. "O consenso deve ser construído, deve ser fruto do diálogo". Ele acredita que há clima para dialogar porque os governadores eleitos também têm interesse no consenso. Dulci definiu a reforma política como "a prioridade das prioridades", embora o tema só deva entrar para valer no Congresso a partir da próxima legislatura, que começa em março de 2007.

PT – Apesar de defender a reorganização do PT pelo debate de "conteúdo" e não de nomes, Dulci disse que o presidente interino da legenda, Marco Aurélio Garcia, tem "todas as condições para permanecer caso Berzoini não volte". O deputado Ricardo Berzoini foi afastado da presidência – oficialmente está licenciado do cargo — logo depois do primeiro turno das eleições arrastado pelo escândalo do dossiê, que também causou a expulsão política de quatro envolvidos no caso.

Além da montagem do futuro governo, a reestruturação do partido é outra preocupação pós-eleitoral dos petistas e do presidente Lula. O próprio Dulci é apontado como um dos nomes para conduzir o PT. Ele, porém, sinaliza que não está disposto a assumir a empreitada. Em 2002, ele era um dos cotados para a presidência nacional da legenda, mas não aceitou e a tarefa ficou com José Genoino, que deixou o cargo em 2005 engolido pelo escândalo do chamado mensalão.

"O PT foi o partido mais votado para a Câmara Federal, elegeu cinco governadores e reelegeu o presidente. Portanto, é um partido que sai vitorioso das urnas e vai fazer sua reorganização nessa condição", enfatizou Dulci.

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