Uma reunião do presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), com os líderes partidários resultou em mais uma tentativa fracassada de acordo entre governo e oposição em torno da CPI do Apagão Aéreo. Desta vez, a proposta governista era criar uma comissão especial, em vez de uma CPI. A comissão especial não tem os mesmos poderes de uma CPI e não pode, por exemplo, convocar pessoas para depor.

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O líder do PFL, deputado Onix Lorenzoni (RS), recusou a proposta. Disse que no ano passado já foi feita uma comissão para discutir o setor aéreo que não deu em nada, porque tem poderes limitados. "A CPI desafia o governante a dar respostas rápidas", afirmou Lorenzoni. O líder pefelista disse que no final deste mês o acidente aéreo com o Boeing da Gol completará seis meses e nada mudou no cenário brasileiro. "Não é razoável esperar uma nova tragédia", disse.

A oposição vai seguir a estratégia de obstruir as votações. Na pauta da Câmara estão previstas as medidas provisórias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entre outras. A pauta está trancada por 12 Mps.

Ontem foi a oposição que propôs um acordo que não foi aceito pelos governistas. O PFL, o PSDB e o PPS concordavam em suspender a tática da obstrução e facilitar as votações, em troca de a Comissão de Constituição e Justiça adiar para a próxima semana a votação do recurso do PT, contra a instalação da CPI. A CCJ está reunida hoje para votar o recurso e a oposição tenta evitar usando instrumentos de obstrução como apresentação de requerimentos e pedidos de votação nominal.

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